terça-feira, 18 de dezembro de 2007
Trio Gandaiêra - Baião da Dona Mercês
Salve Comédia e sua trupe!!! Bela letra e homenagem mais do que justa para uma família que engrandece e muito o nome de Minas Gerais. Salve o Povo do Açude!!!!! Salve Dona Mercês e o Candombe!!
Saravá
sexta-feira, 14 de dezembro de 2007
The soul jazz orchestra
quinta-feira, 13 de dezembro de 2007
Camille!!!!
(vídeo enviado pela Popó. Valeu querida!!!)
terça-feira, 11 de dezembro de 2007
Caçador de Mim
Por tanta emoção
A vida me fez assim
Doce ou atroz
Manso ou feroz
Eu caçador de mim
Preso a canções
Entregue a paixões
Que nunca tiveram fim
Vou me encontrar
Longe do meu lugar
Eu, caçador de mim
Nada a temer senão o correr da luta
Nada a fazer senão esquecer o medo
Abrir o peito a força, numa procura
Fugir as armadilhas da mata escura
Longe se vai
Sonhando demais
Mas onde se chega assim
Vou descobrir
O que me faz sentir
Eu, caçador de mim
segunda-feira, 10 de dezembro de 2007
3 na Massa
Rica Amabis, Pupillo e Dengue tiram a mulher da condição de musa e a colocam como precursora das situações, como verdadeiras narradoras de um universo Dionisíaco. É libido puro. O som do 3 na Massa (que conta também com os membros da Nação Zumbi na cozinha) consegue ser a melhor novidade em se tratando de bandas paralelas dessa leva interminável de novos projetos pop eletrônicos. Suas influências formam uma colagem sonora heterogênea. Metais que lembram em muitos momentos a Orquestra Imperial, ou a excelente Vermute de Recife. 3 na Massa é Rica Amabis (Instituto), Pupillo (Nação Zumbi) e Sucinto Silva (também da Nação).
O som atinge ao mesmo tempo um clima lúdico e sofisticado. Esbanja em barulhinhos, texturas, invencionices e vozes deliciosas, tem desde Thalma de Freitas, sub-aproveitada em novelas da Globo, até CéU interpretando uma canção de Junio Barreto, “Doce Guia”. “Tatuí” também merece um à parte, a hipnótica faixa escrita por Rodrigo Amarante ganha um ar de lolita na voz de sua namorada, Karine Carvalho. Agora, nos resta acompanhar os novos trabalhos no MySpace e aguardar o primeiro cd da turma.
sexta-feira, 7 de dezembro de 2007
terça-feira, 4 de dezembro de 2007
Pernambuco do Pandeiro e Seu Regional
Trabalhou como engraxate na Lapa boêmia e conviveu com malandros históricos como Miguelzinho, Camisa Preta e Madame Satã. Aos 14 anos começou a tocar pandeiro. Em 1940 começou a carreira artística apresentando-se na Rádio Clube Fluminense em Niterói. Na mesma época apresentava-se ainda nas boates Dancing Brasil e Farolito.
Pouco depois passou a integrar o Regional de César Farias, pai de Paulinho da Viola, que atuava com exclusividade na Rádio Ipanema. Em seguida passou a trabalhar na Rádio Tupi onde tocou com Pixinguinha e Benedito Lacerda.
Na década de 1950 criou seu próprio conjunto, "Regional Pernambuco do Pandeiro" no qual lançou Hermeto Pascoal, com quem gravou discos e viajou em excursão pela Europa.
Pernambuco do Pandeiro - pandeiro
Escurinho - flauta
Hermeto "Pascoal" - acordeon
Nilton - violão
Jorge - violão de sete cordas
Ubiratan - cavaquinho
Amaro - baixo de cordas
Participação do Conjunto "Os Batuqueiros"
Bucy Moreira e Arnô Carnegal - tamborins
Gilberto - surdo
Raul Marques - agogô
Bôca de Ouro - cuica
Tufy - afoxé
quinta-feira, 29 de novembro de 2007
Mart´nalia - Ao Vivo em Berlim
Metade da primeira década do novo milênio já se foi e uma coisa é mais do que certa no terreno da música popular brasileira: o samba voltou a ser a grande referência para a quase totalidade de artistas interessados em fazer música pop no país – ou, ao menos, para os que pretendem uma música pop legitimamente brasileira.
De acordo com isso, grande parte da nova safra de cantoras e cantores que despontaram por aqui nesses últimos cinco ou seis anos – e que, em outros tempos, empunhariam guitarras e partiriam para o pop-rock – estão fazendo do samba a base de seus trabalhos. Mais do que nunca, o processo de atualização da linguagem de cultura jovem nacional precisa do samba para acontecer.
Uma das cantoras mais interessantes que despontaram nesse período, Mart’nália colabora com tal processo fazendo o caminho oposto. Nascida no berço do samba, a artista não está nada interessada em preservar a estética tradicional do gênero. Tanto assim que transita por outros estilos sem nenhum pudor e com naturalidade desconcertante. Ela é, de longe, a figura mais naturalmente pop do universo do samba.
Na casa de Mart’nália, samba sempre foi a regra. Mas desobedecer a essa regra (e a muitas outras) seria mesmo o caminho natural. O pai Martinho não gostava muito quando pegava a filharada ouvindo música estrangeira. Já Dona Anália, sua mãe, gostava de ouvir outras coisas além do samba feito por ali: deixava o toca-discos ligado o dia inteiro e, com sua voz grave, acompanhava as gravações de Dalva de Oliveira,Ângela Maria, Carmem Miranda, Steve Wonder, Supremes e vários outros artistas da Motown. Com o pai, Mart’nália ia para as rodas de samba, seja as de Vila Isabel ou as de outras freguesias, e bebia direto da fonte o que nós, meros mortais, só podíamos beber às gotas, ouvindo os discos.
Todo esse percurso está visível no conjunto de canções recolhidas em Mart’nália em Berlim, CD que a Quitanda, selo de Maria Bethânia dentro da Biscoito Fino, coloca agora nas lojas. Concebido e dirigido por Marcia Alvarez, o espetáculo foi gravado no dia 16 de junho de 2006, na Casa das Culturas do Mundo (Hans Der Kulturen Der Welt), na capital alemã, durante a Copa da Cultura – evento realizado pelo Ministério da Cultura do Brasil em parceria com a Casa das Culturas do Mundo e Instituto Goethe da Alemanha.
Baseada no show de Menino do Rio, álbum lançado no dia 2 de fevereiro de 2006, a apresentação de Berlim foi sucesso absoluto, com casa lotada e gente espalhada pelo chão. Mas Mart’nália nem parece estar fora de casa e faz sua música com a mesma segurança, descontração e espontaneidade que sempre mostrou nas rodas de Vila Isabel.
É com muito carisma e sua linda voz (sempre natural, sem impostações desnecessárias e extramusicais) que Mart’nália dá integridade e coesão a seu repertório, onde cabem, com a mesma coerência, um legítimo samba de raiz de Monsueto e um pop escancarado de Ana Carolina. Porque, para Mart’nália, tudo é samba – e samba é pop.
quarta-feira, 28 de novembro de 2007
Siba
O cantor, compositor e rabequista Siba Veloso, ex-líder da banda Mestre Ambrósio -um dos ícones do movimento manguebeat nos anos 90, vive fidedignamente a cultura popular que se propôs a tocar. Diferentemente dos colegas de mangue, deixou de lado todas as facilidades das metrópoles onde já morou (Recife e São Paulo), para se instalar em Nazaré da Mata junto à banda que ajudou a fundar, "A Fuloresta". Leia-se o mais importante pólo de maracatu rural, em plena zona da mata pernambucana.
É isso o que torna sua obra tão original quanto poética até o último acorde. Ele traduz nas letras preciosas versos inteligentes e sensíveis de sabedoria popular. Situações comuns do cotidiano nordestino, como a fome, o abandono de crianças, a injustiça social e até a descida para a terceira divisão de um time de futebol estão presentes. O belíssimo encarte todo produzido pela dupla de grafiteiros "osgemeos" ainda traz um luxuoso apelo visual ao CD. Vale comprar!!!!
Na mistura de ciranda, coco de roda, maracatu de baque solto, samba e frevo, há participações da cantora Céu, em "Cantar Ciranda"; do guitarrista Lucio Maia (Nação Zumbi), numa das canções mais belas do álbum, "Alados" (também presente no recente disco "Homem Binário", do projeto solo "Maquinado", de Maia); de outro guitarrista renomado, Fernando Catatau (Cidadão Instigado), em "Meu Time"; da tocante voz de Isaah, ex-integrante do Comadre Fulorzinha (em "A Velha da Capa Preta"). Merece destaque também o coco animado de mesmo nome do álbum composto por Siba.
Um dos grandes patrimônios culturais vivos de Pernambuco e do Brasil, o mestre de cavalo-marinho Biu Roque, que também acompanha Siba nos shows, discos e por turnês na Europa, onde fazem grande sucesso (até mais do que no resto do país), tem participação solo em "A Folha Da Bananeira".
Graças ao trabalho do cantor, até hoje muito da música produzida pela cultura popular em Pernambuco pode ser reinventada e conservada com dignidade. O Estado sofre uma carência de novos compositores de frevo há anos, por exemplo. Siba revisita o ritmo ainda em marchinhas, como "Bloco da Bicharada", "Meu Time" e "A Velha da Capa Preta".
Depois do aclamado primeiro CD "Siba a Fuloresta" (2002), os muitos instrumentos de sopro, percussão e rimas de improviso de "Toda Vez Que eu Dou Um Passo o Mundo Sai do Lugar" deram continuidade à genuína produção de ritmos rurais, belos e dançantes do Nordeste. E que não morram jamais.
quinta-feira, 22 de novembro de 2007
Seu nome é Ayo
Ela já é uma das cantoras mais badaladas na Europa e seu nome, Ayo, significa “prazer”, em Yorubá. Nascida na Alemanha, fruto da união de pai nigeriano com a mãe cigana romena, Ayo foi ainda pequena para a Nigéria e de lá mudou-se para Londres, depois Paris e Nova Iorque.
Quando criança, ouvia de Pink Floyd a Felá Kuti, de Soul Children a Bob Marley, além de Bunny Waiter e o Príncipe Sunny Adé, “o herói da Juju Music”. Nos Estados Unidos produziu seu primeiro álbum. Em Paris, menos de dois anos depois, notícias sobre o seu talento começaram a circular e Ayo já se apresentava com seu violão, abrindo o concerto de Omar, o “soul brother” britânico, ou improvisando com Cody Chestnutt no palco do Elysée-Montmartre.
Joyful foi produzido por Jay Newland, gravado em cinco dias, como se fosse uma performance ao vivo. Por que? Ayo responde: “preciso sentir os músicos ao meu redor. Sinto que dou o meu melhor quando tocamos ao vivo. Quer seja numa performance solo ou com banda, você não tem como mentir.”
O álbum é composto por 12 canções fáceis de ouvir. Este é daqueles discos que você ouve sem pular nenhuma faixa e nem se dá conta que o tempo passou. Nele ficam claras as influências musicais de Ayo: Pink Floyd a Felá Kuti, Soul Children, Jimmy Cliff e Bob Marley. Vale destacar as faixa Down On My Knees , primeiro single lançado pela cantora, e Life is Real.
quarta-feira, 21 de novembro de 2007
Rita Lee
Rita Lee Jones, neta de americanos que vieram para o Brasil por não concordarem com os resultados da Guerra da Secessão, foi mesmo, como ela canta, a "ovelha negra" da família. Desde cedo fugia de casa para cantar num grupo formado por amigas, sem que seus pais soubessem. A coisa estourou quando Rita teve um ataque de apendicite num show - e chamaram seu pai.
Prometeu ser boa menina e estudar muito - mas em troca pediu uma bateria, que acabou ganhando. Depois disso conheceu dois irmãos, Sérgio e Arnaldo, e com mais três amigos montaram um grupo que acabou na primeira apresentação. Uniram-se os três e fizeram o "Mutantes" - foi quando Gil os carregou para a Tropicália. Houve protestos de todos os músicos do festival da Record, mas os Mutantes arrasaram com modos roupas e deboche acompanhando Gil em Domingo no Parque.
Por excesso de machismo, o grupo rompeu-se - Arnaldo e Sérgio culpavam Rita Lee por todos os insucessos - culpavam por ser mulher, e por mulher não ter nascido para o rock.
Rita deu a volta e retornou com o Tutti Frutti - que acabou repetindo o machismo dos Mutantes. Deprimida, tentou o suicídio: "Eu estava com muita pena de mim. Uma noite cheguei em casa e, de maneira hollywoodiana, à la Marilyn Monroe, engoli uma porção de comprimidos. Fui apagando. Um amigo arrombou a porta a tempo de me levar para o hospital. Que canastrice, uma grande babaquice. Aí eu parei com essa história de morrer. Hoje quero ser eterna, de preferência. Penso na morte de modo diferente. Acho que ela deve ser um grande orgasmo".
O fato é que não faltaram histórias e loucuras na vida dessa capricorniana futurista, irresistível e bem-humorada. Para Rita Lee, nossa primeira-dama/tia/mãe - e agora avó - do rock, a vida é uma grande brincadeira. É a nossa maior representante do rock, é a maior tradição de São Paulo.
quarta-feira, 14 de novembro de 2007
Osaka Monaurail
Até agora apenas disponíveis em importações Japonesas os fãs do Funk tem a oportunidade de se deliciar com os Osaka Monaurail. Formados à cerca de quinze anos e com uma já longa discografia, o que os caras nos oferecem é o Funk, Funk puro e duro no melhor estilo de James Brown.
Aliás a devoção a James Brown é inigualável e perfeita, inclusive, o nome do grupo é retirado do disco “It’s the JB’s Monaurail”. Puro funk dos anos 60 pelo melhor grupo Japonês do gênero que na procura da grandiosidade de JB não se limita à cópia, adicionando uma originalidade própria, particularmente evidente no forma como são usadas as vocalizações que são uma bem-vinda mudança em relação ao que se ouve na maior parte da bandas de Deep Funk. Um disco afiado como uma navalha, que não corta, mas faz mexer. (Valeu a dica Muchelas).
terça-feira, 13 de novembro de 2007
Amadou e Marian
Navegando por blogs de World Music acabei por desembarcar na África, em Mali especificamente, e gostaria de apresentar a música desses dois aí: Amadou e Marian, um casal de cegos que tem uma musicalidade absurda!!!
Uma "swinguêra", um groove sem igual, não pesquisei muito a respeito deles (tô na correria), mas sei que já estiveram no Brasil no Tim Festival 2006, só tem crítica boa sobre o show. Outra coisa que acabei de descobrir é que o último disco deles foi produzido pelo Manu Chao. Esse que estou postando é o primeiro, atenção para as músicas "Djagnèba" a segunda do álbum e "Ko Bé Na Touma Do".
O grande lance desse casal é que eles não fazem a tal da world music, aquela das prateleiras separadas nas lojas de discos, ou que encantam pelo “exotique” - tipo trilha de documentário do Discovery Channel. É muito mais legal que isso: o bom disco deles é pop, daqueles pro povo cantar e dançar junto, ao invés de esperar pelo próximo achado antropológico. A guitarra de Amadou é próxima o suficiente do Blues, deixando não muito claro se a proximidade maior é com o padrinho Manu Chao ou com o beat de Fela Kuti.
segunda-feira, 12 de novembro de 2007
Eddie, uma sonzêra arretada!!!
Já postei aqui o cd da Eddie, banda de olinda que vem fazendo sucesso Brasil a fora, autora de "Quando a maré encher" - clássico que fez sucesso na voz da Nação Zumbi. Neste último sábado, tive a oportunidade de ver ao vivo o som dos cabra no Studio SP, uma sonzêra da melhor qualidade!!!
É mistura eclética de ritmos acústicos e eletrônicos, com predominância do reggae e do samba mas sem deixar de lado o regional pernambucano e os scratches do hip hop. O que mais surpreende é a despretensão, o desprendimento. Sente-se que Fábio Trummer e seus músicos estão fazendo exatamente o som que querem fazer, sem se preocupar muito com sucesso, com execução nas rádios, com perfeição técnica - embora o show seja muito bem executado e produzido em instrumentação. Essa diversão no fazer da música é transmitida para o público que pula o show inteiro contagiado pelo "liquidificador que bate dub, samples, samba, frevo, reggae e muito mais". Uma evocação da cidade de Olinda, nada saudosista mas moderna e multimídia. Salve Eddie!!!! Salve Pernambuco !!!
Dá uma olhada na matéria feita pela Trama lá no Studio SP.
sexta-feira, 9 de novembro de 2007
Fotografia em BH
quarta-feira, 7 de novembro de 2007
Rodrigo Maranhão - Bordado (2007)
Bordado é o primeiro disco solo de Rodrigo Maranhão, uma viagem pela riqueza das tradições regionais da música brasileira reprocessadas pela linguagem poética-musical do compositor carioca. Estão lá o samba, restabelecendo a ponte original entre o Rio e a Bahia, agora no sentido inverso, o baião, o xote, a ciranda e o coco nordestinos, e até a milonga gauchesca. Nunca, porém, aferrados às suas formas clássicas. As 11 músicas reunidas no disco compõem uma obra coesa pela hibridização de diferentes gêneros na unidade de cada canção. Rodrigo Maranhão imerge na tradição para atualizá-la e recolocá-la em movimento.
Rodrigo é um compositor de raro talento, disputado pelas estrelas da música popular brasileira. Ele já compôs com Pedro Luís (“Rap do real”), Zélia Duncan (“Chicken de frango”) e Fernanda Abreu (“Baile da pesada”). Recentemente, foi gravado por Maria Rita (em “Segundo”), Roberta Sá (em “Braseiro”) e Serjão Loroza, entre outros. Um dos últimos trabalhos de Maranhão foi com Leoni, no CD e DVD do mesmo, sendo aclamado pela crítica por sua participação “vigorosa”, principalmente quando soltou a voz e tocou cavaquinho em “Fixação” e no samba “Falando de amor”.
terça-feira, 6 de novembro de 2007
100 Melhores discos do Brasil
Está circulando na internet essa preciosa lista e a Cabana não podia ficar de fora... Aproveite!!!
A Rolling Stone Brasil convocou estudiosos, produtores e jornalistas para eleger os melhores discos brasileiros. A lista saiu na edição nº 13, de outubro. Uma oportunidade para você viajar pela alma da música brasileira.
01. Acabou Chorare (Novos Baianos, 1972)
quinta-feira, 1 de novembro de 2007
Rômulo Fróes - Calado (2004)
O samba de São Paulo nunca teve a exuberância baiana ou a manemolência da malandragem carioca. Em 2004, Rômulo Fróes iniciou escavações em sua arqueologia pessoal e emergiu do túmulo do samba com Calado, um disco conciso em sua pesquisa da canção.
Rômulo, como seus parceiros Nuno Ramos e Clima, elevava à enésima potência o fio de tristeza que conduz o samba, tramando canções que abriam novos caminhos para o nosso gênero fundamental, calcadas principalmente em sua voz grave e violões chorados.
Romulo Fróes vem se firmando no cenário da nova música brasileira como um artista influenciado pela tradição das grandes canções do Brasil, mas que aponta em seu trabalho novas direções, consolidando cada vez mais sua música.
quarta-feira, 31 de outubro de 2007
Ortinho - Ilha do Destino (2002)
Sumido de Pernambuco, diziam que ele tinha abandonado a música. Desiludido, lendejavam que teria retomado sua veia de artista plástico e rumado pras Oropas. Correu boato de que o cantor havia virado locutor de rádio, apresentando programa de culinária agrestina. Já os maldosos sussurravam que, enfiado no fiado, o pernambucano teria arrumado um trampo de promoter no circuito do forró universitário. Besteirada.
Escondido pelas lendas que ele mesmo criava, Ortinho – nascido Wharton Coelho, em Caruaru, há 33 anos – encerrou sua participação na banda Querosene Jacaré, estava era inventando. Na miúda, concebia sua obra magna: Ilha do Destino. Seu primeiro CD solo nasceu graças a um trabalho incansável de depuração estilística – e o resultado é um som único. Nada fácil, para quem mixa na mesma canção maracatu e rock, rap e repente, ciranda e funk.
sexta-feira, 26 de outubro de 2007
Nação Zumbi e Skank - Estúdio Coca-Cola
segunda-feira, 22 de outubro de 2007
Nação Zumbi - Fome de Tudo (2007)
Em entrevista ao site Pop Up, Jorge duPeixe comenta as participações especiais no trabalho: “Colocamos Céu no Inferno”, diz sorrindo, sobre a música “Inferno”, que tem participação da paulistana Céu. Júnio Barreto participa em “Toda Surdez Será Castigada” e Money Mark, tecladista do Beastie Boys, também está no disco. Outra participação de destaque é do Maestro Ademir Araújo na música “Nascedouro”, feita antes de saber que o próprio seria homenageado no Carnaval de 2008.
A primeira música de trabalho, "Bossa Nostra", mantém a característica power de combinar guitarra com os tambores, muitos efeitos eletrônicos e versos que falam em levar a alma para passear. Não tem muita novidade no som dos caras, o som parece mais limpo que em Futura, menos samplers e mais intrumentos mais tambor rasgado, a mesma pegada e vibração, ou seja, contunua ducarai, continua Nação!
quinta-feira, 18 de outubro de 2007
Adoniran Barbosa
João Rubinato nos conta a vida de um típico paulistano, filho de imigrantes italianos, a sobrevivência do paulistano comum numa metrópole que corre, range e solta fumaça por suas ventas. Através de suas músicas, canta passagens dessa vida sofrida, miserável, juntando o paradoxo bom humor / realidade - para quê lamúrias?
Tirou de seu dia-a-dia a idéia e os personagens de suas músicas. Iracema nasceu de uma notícia de jornal - quando uma mulher havia sido atropelada na Avenida São João. Adoniran nasceu e morreu pobre - todo o dinheiro que ganhou gastou ajudando ou comemorando sucessos com os amigos - seu combustível era a realidade - porque então querer viver fora dela? Talvez soubesse que o valor maior de suas canções eram interpretações como a de Elis ou Clara Nunes.
Foi um grande colecionador de amigos, com seu jeito simples de fala rouca. Contador nato de histórias, conquistava o pessoal do bairro, os freqüentadores dos botecos onde se sentava para compor, considerado pela malandragem carioca como o verdadeiro sambista de São Paulo.
Mestre Salustiano - Sonho de Rabeca
Manoel Salustiano Soares, vulgo mestre Salu, o que o nome encobre a rabeca retumba. Pai do cabra aí em baixo e mestre da cultura pernambucana, professor de nomes como Siba, Chico Science e outros. Sobre sua arte, ele mesmo diz: “Eu crio na hora. Não tenho dificuldade. Quando a gente cria, nunca esgota o que tem. A gente quando cria por conta própria, é uma fonte que é difícil secar. É coisa para a gente ser vitorioso sempre”.
Mestre Salustiano está hoje com 57 anos. Um de seus momentos de glória foi através de seu CD Sonho da Rabeca, de 98, que traz maracatu, cavalo-marinho, forró pé-de-serra, coco, samba, marchas, entre outros ritmos, em que Ariano Suassuna assinou o texto da contra-capa. “Hoje, compositores e intérpretes como Roberto Corrêa e Luís Eduardo Gramani percebem o que significam a viola para a música brasileira. Mas, o trabalho desses eruditos não teria um alicerce sobre o qual se apoiar se não existissem artistas como Mestre Salustiano..."
quinta-feira, 11 de outubro de 2007
Atendendo ao pedido: Los Sebozos
quarta-feira, 10 de outubro de 2007
Maciel Salu - Na Luz do Carbureto (2006)
Maciel Salú teve uma infância enriquecida pelos ritmos do Maracatu Rural, Cavalo Marinho, Ciranda e outros, cultivados em sua família com maestria por seu avô João Salú e seu pai Mestre Salustiano. Cresceu, portanto, em contato permanente com vários mestres da Cultura Popular. Sem dúvida, este jovem talentoso, que é Rabequeiro, Cantor e Compositor, tem uma herança poético-musical privilegiada.
Em sua trajetória musical, Maciel Salú começou nos grupos da família Salustiano, os Quentes do Forró, e o Sonho da Rabeca, ao lado do seu pai e dos seus irmãos. Mas o caboclo de jeito sereno, um tanto tímido, também não perdeu a atenção à cena musical contemporânea, que no Brasil, particularmente em Pernambuco, revigora-se com o Mangue Beat.
Em 1997 integrou-se ao Chão e Chinelo, sendo o vocalista, rabequeiro e um dos compositores da banda. Foi uma experiência de três anos. Participou de festivais nacionais e internacionais, como o festival de Nantes na França em (2000), além da gravação do cd Loa do Boi Meia Noite em (1999).
A tudo isso somam-se as viagens pelo mundo do som eletrônico. Como integrante da Orquestra Santa Massa, Maciel imprime os acordes de sua rabeca, junto com a guitarra e samplers do DJ Dolores. Parceria Aplaudida no Free Jazz (Rio e São Paulo), e Abril pro Rock (Recife), além de no European Tour 2003, no qual fez shows por nove países europeus durante os meses de Junho Julho e Agosto.
O sucesso foi tamanho que a turnê ampliou-se para a América do Norte, mas precisamente em Nova Iorque, no festival Lincoln Center (2003).
Celebremos esta nova tradução de Pernambuco para o Mundo. Salve Maciel Salu!!!
segunda-feira, 8 de outubro de 2007
Patuá Tronxo
O som desses caras é uma massa sonora carregada de ritmos brasileiros, elementos eletrônicos e uma fermentação jazzística que forma um sotaque único e universal, tornando muito difícil a idéia de rotular a banda Patuá Tronxo. Apesar do som remeter mais ao eletrônico, o grupo, formado em 2004, se encontrou no estúdio para gravar ao vivo, isso mesmo ao vivo, o primeiro disco da carreira, que foi lançado de maneira independente no mercado.
Essa experimentação e versatilidade no repertório do Patuá Tronxo poderá ser vista dia 25/10 no palco do Studio SP, com faixas autorais e versões de músicas como “Juazeiro e Petrolina”, de composição de Jorge de Altinho, “Leão do Norte”, de Lenine e “Marins dos Caetés” de Alceu Valença.
Eu vou lá conferir ao vivo essa mistura, no mínimo, curiosa.
Hermeto Pascoal
Hermeto Pascoal nasceu em Lagoa da Canoa, município de Arapiraca, Alagoas no dia 22 de junho de 1936. Ele foi um prodígio musical: ele começou com a flauta e aos oito anos já tocava sanfona. Com onze anos ele estava tocando nos bailes e forrós em torno da região de Arapiraca.
Quando estava com quatorze, sua família se mudou para Recife, e Hermeto começou a ganhar dinheiro em programas de rádio. No final dos anos 50 ele se mudou para o sul, para São Paulo. Sua voracidade musical era enorme e aos poucos ele aprendia a tocar de tudo:que viesse em seu caminho: piano, baixo, palhetas, percussão, enfim, tudo.
Como qualquer músico da sua época, ele integrou grupos de bossa nova no começo dos anos 60, tocando com artistas que hoje têm carreiras respeitáveis, como são as dos artistas Airto Moreira, Heraldo do Monte e Sivuca (com quem tinha um trio de acordeons chamado "O Mundo em Chamas".
Em 1964, ele fundou o "Sambrasa", trio com Airto Moreira e o baixista Humberto Clayber. Mais tarde, Airto estava num grupo chamado "Trio Novo" com os guitarristas Heraldo do Monte e Theo de Barros; Hermeto se reuniu ao grupo que passou a se chamar "Quarteto Novo".
O Quarteto se dedicava a uma reinvenção progressiva das canções nordestinas. "Nós tocávamos baião, xaxado, mas os arranjos eram muito jazzy, em tempo 4/4 com modernas harmonias".
Infelizmente, o grupo só gravou um disco e foi em 1967: "Quarteto Novo". Esse grupo exerceu uma profunda influência na música instrumental brasileira na década de 60 e os efeitos até hoje podem ser sentidos.
terça-feira, 2 de outubro de 2007
Mundo Livre S/A
Sexto trabalho dos pernambucanos do Mundo Livre S/A, este EP, batizado com o pequeno nome de "Bebadogroove Vol. 01 (GarageSambaTransmachine)", título com referência ao disco "Beba do Samba", de Paulinho da Viola, apresenta mais uma vez um universo exclusivo de Fred Zeroquatro e sua banda. Este novo disco foi produzido, gravado e mixado em 10 dias, marca o retorno da banda ao esquema independente e o início da Óia Records, e ao mesmo tempo inova em um formato tão pouco utilizado no Brasil, o famoso EP, que aparece com a finalidade de baratear o custo final e ampliar o acesso do público, já que o preço médio deste EP é de R$ 9,00.
Cibelle Cavalli
É música paulistana". Assim Cibelle Cavalli, 24, define a mistura de influências sonoras que apresenta em seu primeiro disco solo, "Cibelle", que acaba de ser lançado na Europa pelo selo belga Ziriguiboom.
"Não é um disco de bossa eletrônica", apressa-se em explicar. "Tem guitarra fuzz, tropicalismo, Mutantes, levadas de jazz, cuts de vinil antigo, barulho de coisas".