sexta-feira, 28 de março de 2008

Mistérios à parte, ta aí mais uma SONZÊRA!!


O músico e produtor Clutchy Hopkins acabou de lançar um novo álbum, depois de sua estréia com The Life Of Clutchy Hopkins”, em 2006.

Quem é Clutchy Hopkins?

Seu manuscrito biográfico, achado com suas gravações, sob os cuidados de um Xamã Mohave descendente de Cahuilla, tribo indígena onde Clutchy havia estudado e vivido por um período, contava um pouco sua história: Seu pai foi um engenheiro de som da Motown e o ensinou-lhe intrigantes técnicas de gravação quando ele ainda era só um menino. Clutchy usou esse conhecimento durante suas viagens, trabalhando em estúdios de gravação de Bombai ao Cairo. Quando Clutchy tinha apenas 20 anos, viajou para o Oriente e ficou sob a tutela de monges Rinzai Zen no Japão, investigando o silêncio e os ritmos do silêncio na música. Mais tarde, estudou Raja Yoga, na Índia, para dominar e articular os movimentos do corpo e sua relação com o som.

Quando retornou aos Estados Unidos, Clutchy usou suas técnicas de gravação para produzir sua própria música e criar seus próprios instrumentos. Durante as gravações com outros músicos, recusava-se a contribuir com seu nome, preferindo usar um pseudônimo ou nome nenhum. Suas gravações vão do início dos anos 70 aos dias atuais, abrangendo todo um espectro de estilos musicais.

Walking Backwards” foi lançado no mercado americano no dia 5 de fevereiro pela Ubiquity Records, um dos melhores selos de novidades musicais de qualidade, atualmente, nos Estados Unidos. O disco não tem uma identidade sonora definida. Praticamente todo instrumental, mescla o hip-hop, o jazz, o soul com psicodelias e doideiras sintetizadas, uma sonoridade para a próxima década. No único tema cantado, a voz fica por conta de Darondo, uma figuraça do new funky, apesar de já ser um coroa bem velho, mas que não deslanchou nos anos 70.

Tudo bem. Chega de doideira. A verdade é que ninguém sabe quem é o responsável pelas musicas de Clutchy Hopkins. Existem várias suposições. Falam em Dj Shadow, Cut Chemist, Money Mark, Beastie Boys, Madlib e vários outros, mas talvez ele seja realmente o coroa que aparece nas fotos. Uma figura peculiar que chega a causar arrepios quando se pensa que toda essa doideira sonora sai de suas mãos. Não precisa abraçar a lenda mas pode abraçãr o som que é coisa fina!!!




quarta-feira, 26 de março de 2008

Skatalites em Sampa!!!!


O Inferno Club em sampa vai se transformar em um ponto de encontro entre o Delta do Mississipi, New Orleans e Kingston, berços do blues, jazz e reggae. Com seus temas instrumentais, os Skatalites chegam mais uma vez para dar aula sobre a vocação mestiça da música popular jamaicana.

Esses caras são os fundadores do reggae, são mais de 40 anos de estrada. E mesmo que hoje a banda não seja a mesma, está ali todo o fascínio renovador da música jamaicana: a união da luta pela sobrevivência com dedicação irrestrita à música, fazendo dela sua fonte de vitalidade e alegria. É por isso que eles tocam até hoje, com toda propriedade, a clássica “Music is My Occupation”. Três dos integrantes originais ainda estão até hoje: Lester Sterling (saxofonista), Doreen Shaffer (cantora) e Lloyd Knibb (baterista – sensacional).

Os mestres do Ska estiveram em Sampa ano passado e nos deram a honra de gravar o seu novo DVD aqui mesmo em Sumpaulo, no Sesc Pompéia. Pra quem não foi, sente a pegada:



Mais uma vez teremos o prazer de ver a melhor banda de Ska de todos os tempos em São Paulo em 2 apresentações!

Dias: 7 e 8 de Abril
Horário:21h00
Local:
Inferno Club
Endereço: Rua Augusta, 501 - (11) 3120-4140

$ 50,00 (meia-entrada, somente na Colex)
$ 70,00 (antecipados promocionais, limitados)
$ 100,00 (inteira)

Pontos de Venda:
Colex (24 de Maio, 116 - Lj. 33)
Estrondo (24 de Maio, 62 - Lj. 342)
Trezeta Musik (Augusta, 2203 - Lj. 7)

terça-feira, 25 de março de 2008

Piri - Vocês querem Mate?

Som consistente gravado em 1972 com elementos de bossa nova, psicodelismo, funk e folk. Esta bolacha exemplifica o tipo de som do selo Quartin, de Roberto Quartin, que teve curta existência nos anos 70. Jazz obscuro e meditativo, mas sempre firme e dançante.

Um time de craques foi escalado para a empreitada. Acompanhando o violão e a voz de Piri, estão Danilo Caymmi, Paulinho Jobim na flauta, Jorge Marinho no baixo, Wilson das Neves na bateria e Juquinha na percussão (valeu a dica Mulekão).

terça-feira, 18 de março de 2008

Wado


Um dia me falaram "está faltando Wado na Cabana", eu disse que estava esperando. E foram mais ou menos quatro anos de espera pelo novo disco do Wado e como era de se esperar, o artista consegue novamente se reinventar, sem deixar cair um pinguinho só da qualidade do som e de suas letras e melhor que isso, sem perder suas características e influências principais.

Oswaldo Schlickmann, o catarinense radicado em Alagoas, depois de quase dois anos e meio tocando “sambas estranhos” com a banda Realismo Fantástico pelo eixo Rio–Sampa, em festivais nacionais aclamados e em países da Europa, resolve voltar ao seu berço musical, para compor um disco ainda mais periférico, como quem fecha uma trilogia e parte para uma nova, reinventando a própria história, como numa saga cinematográfica.

Terceiro Mundo Festivo é o nome da bolacha que dá força e uma nova roupagem aos sons periféricos como o funk carioca ou os afoxés baianos, passeando pelo reggaeton, pelo disco e pelo eletrônico com cara de Pau-Brasil. O samba continua lá, contido, escondidinho no meio dos outros ritmos.

Mas nesse novo trabalho, o que esquenta o sangue é constatação da forma como as periferias do mundo têm construído a nova música através de quase nada de matéria prima. Transformando arte bruta em estúdios caseiros, com microfones baratos e pouco conhecimento técnico, mas com muita urgência, energia e gana.

A subversão não está mais na estética do punk, domesticado e adocicado em canções de amor. O que dá voz a quem não tem voz hoje são ritmos como o funk carioca, o reggaeton e os afoxés baianos. Wado foi beber nestas astúcias da periferia para construir a estética de seu novo álbum.

Pode abraçar que é som do bom!!!


Terceiro Mundo Festivo - 2008

(baixar)


A Farsa do Samba Nublado - 2004

(baixar)


Cinema Auditivo - 2002

(baixar)


Manifesto da Arte Periférica - 2001

(baixar)

Sivuca Sinfônico


Severino Dias de Oliveira nasceu em 26 de maio de 1930, filho de uma família de agricultores em Itabaiana, pequeno município da Paraíba. O músico começou a carreira aos 9 anos, quando passou a se apresentar com diferentes grupos em festas de família e casamentos.

Aos 15 anos, mudou-se para Recife. Lá, foi contratado por uma rádio para produzir e promover programas, após ter se destacado em um concurso de caça-talentos com suas primeiras músicas.
No Recife, recebeu suas primeiras noções de teoria musical graças à ajuda do tocador de clarinete Lourival de Oliveira, músico da orquestra sinfônica local.

De lá pra cá foram muitas notas, muitas festas e muitos públicos. Sivuca conquistou o mundo. Morou na França, nos EUA e fez turnês na África e Ásia. Com fama consolidada no exterior, voltou ao Brasil em 1975, onde se consagrou com o disco "Sivuca e Rosinha de Valença".

Uma das obras mais lindas desse mestre foi uma de suas últimas gravações. Sivuca Sinfônico, onde o arranjador e acordeonista, à frente da Orquestra Sinfônica de Recife, sob a regência do maestro Osman Giuseppe Gioia, apresenta sete faixas que expressam fielmente o elo da música erudita com a música nordestina. Incrível perceber a naturalidade com que Sivuca coloca sua alma no ambiente das salas de concerto com a mesma espontaneidade com que a perpetuou nos pés-de-serra e nas feiras de mangaio espalhadas pelas diversas regiões do país.

Da Rapsódia Gonzaguiana, abrindo os trabalhos somente com temas do Rei do Baião – Juazeiro, Boiadeiro, Assum preto, A volta da Asa Branca – até o “Concerto Sinfônico para Asa Branca”, que encerra o disco, Sivuca explicita sua dedicação filial à obra e à influência de Luiz Gonzaga.

O instrumentista, definido pela escritora Nélida Piñon como um ser ambíguo, senhor de múltiplas naturezas, interpreta o intrincado Moto Perpétuo, de Paganini, com a igual legitimidade com que revisita um choro do virtuoso bandolinista Luperce Miranda – “Quando me lembro” – e criações de sua própria lavra, como a semi-erudita Aquariana ou as popularíssimas João e Maria (valsa dele e de Chico Buarque) e Feira de Mangaio, parceria com sua Glorinha Gadelha.


Mercadorias e Futuro - Lirinha


Lirinha, vocalista do Cordel do Fogo Encantado, apresentou em São Paulo sua peça teatral Mercadorias e Futuro. Monólogo de autoria, direção e dramaturgia do próprio. O espetáculo fala sobre a dificuldade de unir arte e trabalho, sobre comércio e direitos autorais.

Livovsky, o personagem, é um vendedor de livros, o palco se transforma numa espécie de feira, como as que antigamente eram vendidas as poesias metrificadas penduradas em cordões (hoje, a chamada literatura de cordel). O objetivo é refletir sobre a condição de artista e vendedor. A idéia da peça surgiu quando Lirinha começou a escrever um livro com o mesmo nome, e a peça seria uma maneira de divulgar o livro, porém, a peça foi tomando forma antes do livro, que nem ao menos foi publicado.

Mercadorias e Futuro fala de um vendedor, Livovsky, que tenta vender um livro de profecias, ele chega sozinho, monta sua parafernália de som e luz, e faz de tudo para vender. Além de citações de profetas que compões o livro, também há citações de poetas reais - quando entra o improviso de Lirinha com toda sua memória e conhecimento poético -, como Zé da Luz, Manoel Filó e Lourival Batista. Essas músicas fazem parte da peça.

(baixar poesias)
*link sombarato

sexta-feira, 14 de março de 2008

Hoje é dia

Salve Pernambuco, salve Nação Zumbi.

Hoje é dia de Maquinado!!! Espero que Lúcio Maia esteja inspirado como no último show que fez no StudioSP. O povo bom de Sampa já está se preparando para se fazer presente nessa noite que promete. Senhoras e senhores, apertem os cintos...

clipe da música "sem concerto"




"vendi a alma" ao vivo

quarta-feira, 12 de março de 2008

Discografia Nação Zumbi


O movimento mangue beat ficou tão personificado em Chico Science que muitos duvidavam que a Nação Zumbi prosseguisse a carreira com o mesmo brilho. Mas, os cabra pernambucano permaneceram firmes, criaram uma nova identidade: um som com mais textura, com temperatura mais constante e não menos explosivo.

Não vou apresentar a Nação Zumbi pode baixar o som que é tudo nosso!!!

























terça-feira, 11 de março de 2008

Semaninha no Studio SP

Só sonzêra nessa semana do Studio SP

Primeiro a linda Andreia Dias, que já é conhecida do público paulistando pela presença sempre marcante no palco da Banda Glória e Donazica. Depois, tem a sonzêra do Lúcio Maia com o projeto Maquinado, que pra mim foi um dos melhores shows de 2007, e, pra terminar, Fábio Trummer e sua trupe vão balançar a Vila Madalena.





sexta-feira, 7 de março de 2008

Marina de la Riva


Com sangue cubano, mas nascida numa cidade do interior do Rio de Janeiro, Marina de la Riva desde cedo conviveu com o ritmo de Cuba e o swing brasileiro.

Esse disco é o resultado dessas influências, é uma tentativa de aproximação entre as duas nações. O álbum foi abençoado por Chico Buarque, que participa da faixa Ojos Malignos - um bolero de Juan Pichardo que Marina transforma em belo samba.

Outros bons músicos cubanos e brasileiros participam do álbum, que atinge seu melhor momento quando a moça da pele clara e sangue negro oferece uma leitura personalíssima para "Sonho meu" - um registro cool e minimalista que vai na contramão das gravações originais deste samba de Ivone Lara e Délcio Carvalho.

Essa menina moça, além de linda, soube experimentar com maestria e competência. Uma explosão de criatividade que mistura Havana com o sertão brasileiro, uma fusão de estilos que transborda no som e na delicadeza dessa cantora. Pode até soar estranho em um primeiro momento, mas é música de qualidade com uma pitada de inventividade.

Vale muito a pena conhecer.

segunda-feira, 3 de março de 2008

Os Blogs e a revolução digital




Texto publicado na rádio boca livre, por Marquinho Carvalho:



"Há aproximadamente dois anos começaram a surgir diversos blogs postando música para serem baixados pela internet. Tem para todos os estilos musicais. Uma fantástica revolução musical invadindo a grande a rede de computadores.

Trata-se de uma espécie de “anarquismo pós-moderno” que está possibilitando que a gente consiga ter acesso a discos que imaginávamos jamais ouvir. Isso porque as grandes gravadoras não têm interesse em relança-los em cd, acreditando que os mesmos não terão muita procura. Com isso, lendárias discos da música brasileira e mundial, foram esquecidos nos depósitos dessas gravadoras, quando não tiveram suas cópias originais incineradas.

Mas aí surgiram muitas pessoas idealistas e abnegadas que estão prestando um grande favor à música contemporânea. Eles fazem a conversão das músicas do antigo e fabuloso vinil para a linguagem MP3 e disponibilizam esses discos gratuitamente através da internet.
Esse movimento é mundial e, portanto, verdadeiros fenômenos musicais relegados ao esquecimento estão sendo resgatados das estantes de todas as partes do mundo e surgindo “mais novos” do que nunca em nossos computadores. Trata-se de um trabalho magnífico que desafia a lógica do capitalismo moderno que descarta o passado em favor dos lançamentos recentes, a maioria, de gosto duvidoso. Por isso, pérolas do passado são abandonados pelas gravadoras. Daí a importância dos chamados “blogueiros”, afinal, estão preservando a memória musical do século XX.

Isso é que torna o fenômeno dos blogs algo extraordinário. Assim como a rádio Boca Livre, nosso maior objetivo é possibilitar que a grande música Tupiniquim chegue à população brasileira e ao resto do mundo.

Os blogs são responsáveis pelo novo fenômeno da revitalização da música brasileira. Muitos artistas praticamente desconhecidos do grande público, inicialmente, reclamaram seus “direitos autorais” por terem seus discos postados na internet pelos blogueiros. Mas para surpresa de muitos deles, quando foram fazer shows em cidades que imaginavam que quase ninguém os conhecia, perceberam muita gente cantando suas músicas. Isso só aconteceu devido ao trabalho dedicado dos nossos grandes parceiros, criadores dos blogs.

O melhor dessa descoberta dos blogs não foi apenas ter conseguido baixar discos que tanto sonhei, mas conhecer dezenas de grandes músicos brasileiros que jamais ouvira falar. A lista é enorme, mas cito três que me marcaram profundamente: os geniais Moacir Santos, Laurindo Almeida e Kátia de França.

Obrigado a todos os blogueiros que dedicam um tempo precioso de suas vidas em favor da música, especialmente, a nossa grande música brasileira. Muitíssimo obrigado!!!

Valeu, parceiros!"

Valeu você Marquinhos e galera da boca livre!!!
Saravá!!