domingo, 31 de agosto de 2008

Luto :-(


Um dos mais importantes personagens da cultura popular de Pernambuco na atualidade morreu na manhã deste domingo (31). Manoel Salustiano Soares, o Mestre Salu, 62 anos, não resistiu aos problemas no coração e faleceu no Pronto Socorro Cardiológico de Pernambuco (Procape), por volta das 7h. O rabequeiro deixou a mulher e 15 filhos. O velório será na Casa da Rabeca, na Cidade Tabajara, em Olinda, às 13h. O enterro será no Cemitério Morada da Paz, mas o horário ainda não foi confirmado.

Mestre Salustiano, ou Mestre Salu, nasceu no dia 12 de novembro de 1945 em em Aliança, zona da mata norte de Pernambuco. Cresceu familiarizado com música por conta de seu pai, João Salustiano, tocador de rabeca. Além de tocar, Mestre Salu fabricava seus próprios instrumentos.
Apaixonou-se pelo cavalo-marinho ainda nas brincadeiras nos engenhos de Aliança. Foi um dos maiores dançadores de cavalo-marinho da região, interpretando diversos personagens: arrelequim, dama, galante, contador de toada, Mateus (durante nove anos), recebendo por isso o título de mestre.

Considerado um dos grandes nomes do maracatu, fundou o Piaba de Ouro, em 1997. Mestre Salu ainda inspirou a geração de músicos que formou o manguebeat, nos anos 90. Sua referência vai tanto do som, como nas letras. Salu foi um dos grandes responsáveis pela preservação da ciranda, do pastoril, do coco, do maracatu, do caboclinho, do mamulengo, do forró, do improviso da viola e de outros folguedos populares do folclore nordestino.

Fundou a Casa da Rabeca do Brasil, situada na Cidade Tabajara, em Olinda. O local abriga apresentações de danças, oficinas, encontros de maracatus rurais e cavalo-marinho, além de shows de música regional, acontecem eventos o ano inteiro.

Na época do carnaval, a Casa recebe caboclinhos, bois, burras, troças, ursos, além do seu maracatu Piaba de Ouro. No Natal, é palco para pastoril, ciranda, cavalo-marinho, entre os quais o Boi Matuto, com a participação de 76 figurantes e 18 pessoas brincando. Foi agraciado com o título de doutor honoris causa pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1965, e já percorreu com a sua arte a maioria dos estados brasileiros e países como a Bolívia, Cuba, França e Estados Unidos.

Recebeu ainda, em 1990, o título de "reconhecido saber" concedido pelo Conselho Estadual de Cultura de Pernambuco e o de comendador da Ordem do Mérito Cultural, em 2001, pelo então Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso. Gravou quatro CDs: Sonho da Rabeca, As três gerações, Cavalo-marinho, Mestre Salu e a sua rabeca encantada.

Mestre Salu era uma mistura de músico, produtor, artesão e professor. Fez turnês nacionais e internacionais, tocando sua rabeca e mostrando sua peculiar fusão de ritmos do folclore nordestino. Indicado pela Prefeitura de Olinda, foi escolhido pelo Governo do Estado, através da Lei nº 12.196 de 2 de maio de 2002, como Patrimônio Vivo de Pernambuco.

O peito apertou nesse domingo. Segue um álbum do já saudoso Mestre Salustiano.

(meste salustiano - sonho da rabeca)

Continue iluminando nossa música popular!!!!!!



sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Validuaté


Validuaté é Piauí. É um tempo e um espaço e vários espaços a um só tempo e ainda muitos tempos num só lugar. É um canto, um verso, um conto, uma fábula, uma epopéia ou como preferem cantar um fractal metamórfico - enfim hemos de afogar o mundo em livros - um bilhete, uma notícia, uma lista de coisas preocupadas com o tempo e um lugar pra não se preocupar com nada.

Validuaté: o mar só fala de boca cheia. Como um bando de gente livre pelo coração arrebatado: atitudes líricas bregas e algum complexo de épico. Só não pode meter medo em niguém, no mais, pode-se fazer o que quiser. Sugestões: dançar política, ler muito. Uma música com filosofia de pára-choque de caminhão instigante do fantástico.

Validuaté do Puauí: seis caras das cidades de União e Teresina pensando a harmonia dos atratores estranhos - que são os movimentos vários das culturas do resto do mundo. Escute. Deguste.

(baixar validuaté - pátios partidos em festa)

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Doces Cariocas


O CD coletivo Doces cariocas junta uma turma interessada em fazer música e explorar estéticas e idéias. Lançado pelo selo-cooperativa Abacateiro, soma nomes emergentes e interessantes em músicas com roupagens simples do dia-a-dia. A idéia é trazer para o CD um sarau do grupo. Funciona e vai além.

Sem grandes pretensões o CD faz ótimo vôo. É simples sem ser simplista, ao mesmo tempo agradável e instigante. Uma música que flerta com as tradições, mas inclui elementos novos e uma boa dose de felicidade celebrando o prazer de estar junto. O encontro junta a turma da música e o who is who traz os nomes de Pierre Aderne, Alexia Bomtempo,Marcelo Costa Santos, Os Lancelotti Domenico e Alvinho, Simoninha, Luis Carlinhos, Rogê, Silvia Machete, Ingrid Vieira, além dos instrumentistas Felipe Pinaud, Dadi, Mauro Refosco, Rafa Nunes, Lancaster e Pretinho da Serrinha.
Netos da Tropicália, filhos do B-Rock. Esse grupo de artistas cresceu em um ambiente de misturas musicais. E traz isso para as últimas conseqüências. No disco os Beatles encontram Luiz Gonzaga em Blackbird e Asa Branca. Em tempos de e-mails e scraps, na poesia a ave ainda pode trazer uma carta de amor no bico. Lucy no céu do sertão, a Ilha do Norte procurando um sol pra se esquentar. Outra fábula urbana, O canário e o curió mostra o eterno bom malandro carioca, fazendo hora extra na boemia. "É só deixar a porta da gaiola aberta / Que o teu canário com certeza vai voltar".

O disco é delicado, como prova a doce voz de Alexia Bomtempo na singela Chuvisco. O clima intimista de sarau é carregado nos violões, vocais e percussões. Despido de grandes pretensões, o grupo mostra que ser moderno não é encher a música de brinquedos eletrônicos. Doces cariocas é um delicioso movimento que não quer sair do lugar. Um cantinho, uma seresta; um grupo de amigos, uns violões; festas íntimas agora abertas para o público. (fonte: Ziriguidum).


quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Tom Jobim e Chico Buarque - Homem Iluminado

Voltei de férias e reabro a cabana em grande estilo. A cabana foi no dna da MPB e trouxe de lá um registro histórico do grande maestro Tom Jobim mostrando algumas músicas para Chico, o Buarque, colocar letra.

É o registro de um momento ímpar, de ebulição criativa de dois dos maiores gênios da musica mundial. É maravilhoso ver Anos Dourados e Luiza ainda sem letra serem solfejadas e arranjadas na hora. As gravações não estão com a qualidade muito boa pois são originais da fitoteca do Chico. (valeu demais a dica melão).

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Bobby Mc Ferrin

O que esse cara faz com a voz é impressionante. Nascido no Reino Unido, mas radicado em Nova Iorque, é filho do renomado barítono operístico Robert McFerrin (o primeiro cantor negro de prestígio na ópera). McFerrin trabalhou também com instrumentistas como Chick Corea, Herbie Hancock, Joe Zawinul e Yo-Yo Ma.

É muito conhecido por sua enorme extensão vocal de quatro oitavas e por sua habilidade de usar a voz para criar efeitos diversos. Além das performances ao vivo, McFerrin criou álbuns em que é o único músico, cantando e simulando instrumentos. É também capaz de entoar canto difônico - prática muito comum em países asiáticos - em que o cantor produz intervalos harmônicos e acordes a partir de uma só voz. É uma técnica de tirar o folêgo. (Dica do Bucho).

Férias!!!!!!

Estou saindo hoje e volto dia 10/08.
Moreré aí vou eu!!!
Até volta!!!


Caetano Veloso - Singles

Coletânea que reúne gravações não lançadas na discografia do Caetano. Esse álbum faz parte da caixa "Todo Caetano", uma edição limitada coordenado por Charles Gavin, sob a supervisão do próprio Caetano Veloso. Muito boa!!!