quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Mart´nalia - Ao Vivo em Berlim


Metade da primeira década do novo milênio já se foi e uma coisa é mais do que certa no terreno da música popular brasileira: o samba voltou a ser a grande referência para a quase totalidade de artistas interessados em fazer música pop no país – ou, ao menos, para os que pretendem uma música pop legitimamente brasileira.

De acordo com isso, grande parte da nova safra de cantoras e cantores que despontaram por aqui nesses últimos cinco ou seis anos – e que, em outros tempos, empunhariam guitarras e partiriam para o pop-rock – estão fazendo do samba a base de seus trabalhos. Mais do que nunca, o processo de atualização da linguagem de cultura jovem nacional precisa do samba para acontecer.

Uma das cantoras mais interessantes que despontaram nesse período, Mart’nália colabora com tal processo fazendo o caminho oposto. Nascida no berço do samba, a artista não está nada interessada em preservar a estética tradicional do gênero. Tanto assim que transita por outros estilos sem nenhum pudor e com naturalidade desconcertante. Ela é, de longe, a figura mais naturalmente pop do universo do samba.

Na casa de Mart’nália, samba sempre foi a regra. Mas desobedecer a essa regra (e a muitas outras) seria mesmo o caminho natural. O pai Martinho não gostava muito quando pegava a filharada ouvindo música estrangeira. Já Dona Anália, sua mãe, gostava de ouvir outras coisas além do samba feito por ali: deixava o toca-discos ligado o dia inteiro e, com sua voz grave, acompanhava as gravações de Dalva de Oliveira,Ângela Maria, Carmem Miranda, Steve Wonder, Supremes e vários outros artistas da Motown. Com o pai, Mart’nália ia para as rodas de samba, seja as de Vila Isabel ou as de outras freguesias, e bebia direto da fonte o que nós, meros mortais, só podíamos beber às gotas, ouvindo os discos.

Todo esse percurso está visível no conjunto de canções recolhidas em Mart’nália em Berlim, CD que a Quitanda, selo de Maria Bethânia dentro da Biscoito Fino, coloca agora nas lojas. Concebido e dirigido por Marcia Alvarez, o espetáculo foi gravado no dia 16 de junho de 2006, na Casa das Culturas do Mundo (Hans Der Kulturen Der Welt), na capital alemã, durante a Copa da Cultura – evento realizado pelo Ministério da Cultura do Brasil em parceria com a Casa das Culturas do Mundo e Instituto Goethe da Alemanha.


Baseada no show de Menino do Rio, álbum lançado no dia 2 de fevereiro de 2006, a apresentação de Berlim foi sucesso absoluto, com casa lotada e gente espalhada pelo chão. Mas Mart’nália nem parece estar fora de casa e faz sua música com a mesma segurança, descontração e espontaneidade que sempre mostrou nas rodas de Vila Isabel.

É com muito carisma e sua linda voz (sempre natural, sem impostações desnecessárias e extramusicais) que Mart’nália dá integridade e coesão a seu repertório, onde cabem, com a mesma coerência, um legítimo samba de raiz de Monsueto e um pop escancarado de Ana Carolina. Porque, para Mart’nália, tudo é samba – e samba é pop.

Feira de Cerâmica (BH)

(clique na figura para visualizar)

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Siba


O cantor, compositor e rabequista Siba Veloso, ex-líder da banda Mestre Ambrósio -um dos ícones do movimento manguebeat nos anos 90, vive fidedignamente a cultura popular que se propôs a tocar. Diferentemente dos colegas de mangue, deixou de lado todas as facilidades das metrópoles onde já morou (Recife e São Paulo), para se instalar em Nazaré da Mata junto à banda que ajudou a fundar, "A Fuloresta". Leia-se o mais importante pólo de maracatu rural, em plena zona da mata pernambucana.

É isso o que torna sua obra tão original quanto poética até o último acorde. Ele traduz nas letras preciosas versos inteligentes e sensíveis de sabedoria popular. Situações comuns do cotidiano nordestino, como a fome, o abandono de crianças, a injustiça social e até a descida para a terceira divisão de um time de futebol estão presentes. O belíssimo encarte todo produzido pela dupla de grafiteiros "osgemeos" ainda traz um luxuoso apelo visual ao CD. Vale comprar!!!!

Na mistura de ciranda, coco de roda, maracatu de baque solto, samba e frevo, há participações da cantora Céu, em "Cantar Ciranda"; do guitarrista Lucio Maia (Nação Zumbi), numa das canções mais belas do álbum, "Alados" (também presente no recente disco "Homem Binário", do projeto solo "Maquinado", de Maia); de outro guitarrista renomado, Fernando Catatau (Cidadão Instigado), em "Meu Time"; da tocante voz de Isaah, ex-integrante do Comadre Fulorzinha (em "A Velha da Capa Preta"). Merece destaque também o coco animado de mesmo nome do álbum composto por Siba.

Um dos grandes patrimônios culturais vivos de Pernambuco e do Brasil, o mestre de cavalo-marinho Biu Roque, que também acompanha Siba nos shows, discos e por turnês na Europa, onde fazem grande sucesso (até mais do que no resto do país), tem participação solo em "A Folha Da Bananeira".
Graças ao trabalho do cantor, até hoje muito da música produzida pela cultura popular em Pernambuco pode ser reinventada e conservada com dignidade. O Estado sofre uma carência de novos compositores de frevo há anos, por exemplo. Siba revisita o ritmo ainda em marchinhas, como "Bloco da Bicharada", "Meu Time" e "A Velha da Capa Preta".

Depois do aclamado primeiro CD "Siba a Fuloresta" (2002), os muitos instrumentos de sopro, percussão e rimas de improviso de "Toda Vez Que eu Dou Um Passo o Mundo Sai do Lugar" deram continuidade à genuína produção de ritmos rurais, belos e dançantes do Nordeste. E que não morram jamais.
(texto: Gabriela Belém)

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Seu nome é Ayo

Ela já é uma das cantoras mais badaladas na Europa e seu nome, Ayo, significa “prazer”, em Yorubá. Nascida na Alemanha, fruto da união de pai nigeriano com a mãe cigana romena, Ayo foi ainda pequena para a Nigéria e de lá mudou-se para Londres, depois Paris e Nova Iorque.

Quando criança, ouvia de Pink Floyd a Felá Kuti, de Soul Children a Bob Marley, além de Bunny Waiter e o Príncipe Sunny Adé, “o herói da Juju Music”. Nos Estados Unidos produziu seu primeiro álbum. Em Paris, menos de dois anos depois, notícias sobre o seu talento começaram a circular e Ayo já se apresentava com seu violão, abrindo o concerto de Omar, o “soul brother” britânico, ou improvisando com Cody Chestnutt no palco do Elysée-Montmartre.

Joyful foi produzido por Jay Newland, gravado em cinco dias, como se fosse uma performance ao vivo. Por que? Ayo responde: “preciso sentir os músicos ao meu redor. Sinto que dou o meu melhor quando tocamos ao vivo. Quer seja numa performance solo ou com banda, você não tem como mentir.”

O álbum é composto por 12 canções fáceis de ouvir. Este é daqueles discos que você ouve sem pular nenhuma faixa e nem se dá conta que o tempo passou. Nele ficam claras as influências musicais de Ayo: Pink Floyd a Felá Kuti, Soul Children, Jimmy Cliff e Bob Marley. Vale destacar as faixa Down On My Knees , primeiro single lançado pela cantora, e Life is Real.



quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Rita Lee


Rita Lee Jones, neta de americanos que vieram para o Brasil por não concordarem com os resultados da Guerra da Secessão, foi mesmo, como ela canta, a "ovelha negra" da família. Desde cedo fugia de casa para cantar num grupo formado por amigas, sem que seus pais soubessem. A coisa estourou quando Rita teve um ataque de apendicite num show - e chamaram seu pai.

Prometeu ser boa menina e estudar muito - mas em troca pediu uma bateria, que acabou ganhando. Depois disso conheceu dois irmãos, Sérgio e Arnaldo, e com mais três amigos montaram um grupo que acabou na primeira apresentação. Uniram-se os três e fizeram o "Mutantes" - foi quando Gil os carregou para a Tropicália. Houve protestos de todos os músicos do festival da Record, mas os Mutantes arrasaram com modos roupas e deboche acompanhando Gil em Domingo no Parque.

Por excesso de machismo, o grupo rompeu-se - Arnaldo e Sérgio culpavam Rita Lee por todos os insucessos - culpavam por ser mulher, e por mulher não ter nascido para o rock.

Rita deu a volta e retornou com o Tutti Frutti - que acabou repetindo o machismo dos Mutantes. Deprimida, tentou o suicídio: "Eu estava com muita pena de mim. Uma noite cheguei em casa e, de maneira hollywoodiana, à la Marilyn Monroe, engoli uma porção de comprimidos. Fui apagando. Um amigo arrombou a porta a tempo de me levar para o hospital. Que canastrice, uma grande babaquice. Aí eu parei com essa história de morrer. Hoje quero ser eterna, de preferência. Penso na morte de modo diferente. Acho que ela deve ser um grande orgasmo".

O fato é que não faltaram histórias e loucuras na vida dessa capricorniana futurista, irresistível e bem-humorada. Para Rita Lee, nossa primeira-dama/tia/mãe - e agora avó - do rock, a vida é uma grande brincadeira. É a nossa maior representante do rock, é a maior tradição de São Paulo.

(baixar o som)


(baixar som)

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Osaka Monaurail

Quem disse que japonês não faz black music?



Até agora apenas disponíveis em importações Japonesas os fãs do Funk tem a oportunidade de se deliciar com os Osaka Monaurail. Formados à cerca de quinze anos e com uma já longa discografia, o que os caras nos oferecem é o Funk, Funk puro e duro no melhor estilo de James Brown.

Aliás a devoção a James Brown é inigualável e perfeita, inclusive, o nome do grupo é retirado do disco “It’s the JB’s Monaurail”. Puro funk dos anos 60 pelo melhor grupo Japonês do gênero que na procura da grandiosidade de JB não se limita à cópia, adicionando uma originalidade própria, particularmente evidente no forma como são usadas as vocalizações que são uma bem-vinda mudança em relação ao que se ouve na maior parte da bandas de Deep Funk. Um disco afiado como uma navalha, que não corta, mas faz mexer. (Valeu a dica Muchelas).

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Amadou e Marian


Navegando por blogs de World Music acabei por desembarcar na África, em Mali especificamente, e gostaria de apresentar a música desses dois aí: Amadou e Marian, um casal de cegos que tem uma musicalidade absurda!!!

Uma "swinguêra", um groove sem igual, não pesquisei muito a respeito deles (tô na correria), mas sei que já estiveram no Brasil no Tim Festival 2006, só tem crítica boa sobre o show. Outra coisa que acabei de descobrir é que o último disco deles foi produzido pelo Manu Chao. Esse que estou postando é o primeiro, atenção para as músicas "Djagnèba" a segunda do álbum e "Ko Bé Na Touma Do".

O grande lance desse casal é que eles não fazem a tal da world music, aquela das prateleiras separadas nas lojas de discos, ou que encantam pelo “exotique” - tipo trilha de documentário do Discovery Channel. É muito mais legal que isso: o bom disco deles é pop, daqueles pro povo cantar e dançar junto, ao invés de esperar pelo próximo achado antropológico. A guitarra de Amadou é próxima o suficiente do Blues, deixando não muito claro se a proximidade maior é com o padrinho Manu Chao ou com o beat de Fela Kuti.


segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Eddie, uma sonzêra arretada!!!


Já postei aqui o cd da Eddie, banda de olinda que vem fazendo sucesso Brasil a fora, autora de "Quando a maré encher" - clássico que fez sucesso na voz da Nação Zumbi. Neste último sábado, tive a oportunidade de ver ao vivo o som dos cabra no Studio SP, uma sonzêra da melhor qualidade!!!

É mistura eclética de ritmos acústicos e eletrônicos, com predominância do reggae e do samba mas sem deixar de lado o regional pernambucano e os scratches do hip hop. O que mais surpreende é a despretensão, o desprendimento. Sente-se que Fábio Trummer e seus músicos estão fazendo exatamente o som que querem fazer, sem se preocupar muito com sucesso, com execução nas rádios, com perfeição técnica - embora o show seja muito bem executado e produzido em instrumentação. Essa diversão no fazer da música é transmitida para o público que pula o show inteiro contagiado pelo "liquidificador que bate dub, samples, samba, frevo, reggae e muito mais". Uma evocação da cidade de Olinda, nada saudosista mas moderna e multimídia. Salve Eddie!!!! Salve Pernambuco !!!

Dá uma olhada na matéria feita pela Trama lá no Studio SP.

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Fotografia em BH

Mais uma dica tirada da cartola para a moçada de BH. Exposição fotográfica dos artistas Tarley McCartney e Ygor Pessoa. Esses caras tem um olhar diferente, vale a pena conferir.





Dica Cultural - Festa dos Mil Tambores (BH)

Se eu estivesse em BH, não perderia isso por nada.
Salve Tizumba!!!!
Salve Naná!!!!

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Rodrigo Maranhão - Bordado (2007)


Bordado
é o primeiro disco solo de Rodrigo Maranhão, uma viagem pela riqueza das tradições regionais da música brasileira reprocessadas pela linguagem poética-musical do compositor carioca. Estão lá o samba, restabelecendo a ponte original entre o Rio e a Bahia, agora no sentido inverso, o baião, o xote, a ciranda e o coco nordestinos, e até a milonga gauchesca. Nunca, porém, aferrados às suas formas clássicas. As 11 músicas reunidas no disco compõem uma obra coesa pela hibridização de diferentes gêneros na unidade de cada canção. Rodrigo Maranhão imerge na tradição para atualizá-la e recolocá-la em movimento.

Rodrigo é um compositor de raro talento, disputado pelas estrelas da música popular brasileira. Ele já compôs com Pedro Luís (“Rap do real”), Zélia Duncan (“Chicken de frango”) e Fernanda Abreu (“Baile da pesada”). Recentemente, foi gravado por Maria Rita (em “Segundo”), Roberta Sá (em “Braseiro”) e Serjão Loroza, entre outros. Um dos últimos trabalhos de Maranhão foi com Leoni, no CD e DVD do mesmo, sendo aclamado pela crítica por sua participação “vigorosa”, principalmente quando soltou a voz e tocou cavaquinho em “Fixação” e no samba “Falando de amor”.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

100 Melhores discos do Brasil


Está circulando na internet essa preciosa lista e a Cabana não podia ficar de fora... Aproveite!!!

A Rolling Stone Brasil convocou estudiosos, produtores e jornalistas para eleger os melhores discos brasileiros. A lista saiu na edição nº 13, de outubro. Uma oportunidade para você viajar pela alma da música brasileira.


01. Acabou Chorare (Novos Baianos, 1972)
02. Tropicália ou Panis et Circencis (Vários, 1968)
03. Construção (Chico Buarque, 1971)
04. Chega de Saudade (João Gilberto, 1959)
05. Secos e Molhados (Secos e Molhados, 1973)
06. A Tábua de Esmeralda (Jorge Ben, 1972)
07. Clube da Esquina (Milton Nascimento & Lô Borges, 1972)
08. Cartola (Cartola, 1976)
09. Os Mutantes (Os Mutantes, 1968)
10. Transa (Caetano Veloso, 1972)
11. Elis & Tom (Elis Regina e Antônio Carlos Jobim, 1974)
12. Krig-Ha Bandolo (Raul Seixas, 1973)
13. Da Lama ao Caos (Chico Science & Nação Zumbi, 1994)
14. Sobrevivendo no Inferno (Racionais MC’s, 1998)
15. Samba Esquema Novo (Jorge Ben, 1963)
16. Fruto Proibido (Rita Lee, 1975)
17. Racional Volume 1 (Tim Maia, 1975)
18. Afrociberdelia (Chico Science & Nação Zumbi, 1996)
19. Cabeça Dinossauro (Titãs, 1986)
20. Fa-Tal - Gal a Todo Vapor (Gal Costa, 1971)
21. Dois (Legião Urbana, 1986)
22. A Divina Comédia ou Ando Meio Desligado (Os Mutantes, 1970)
23. Coisas (Moacir Santos, 1965)
24. Roberto Carlos em Ritmo de Aventura (Roberto Carlos, 1967)
25. Tim Maia (Tim Maia, 1970)
26. Expresso 2222 (Gilberto Gil, 1972)
27. Nós vamos Invadir Sua Praia (Ultraje a Rigor, 1985)
28. Roberto Carlos (Roberto Carlos, 1971)
29. Os Afro-Sambas (Baden Powell, Quarteto em Cy e Vinícius de Moraes, 1966)
30. A Dança da Solidão (Paulinho da Viola, 1972)
31. Carlos, Erasmo (Erasmo Carlos, 1970)
32. Pérola Negra (Luis Melodia, 1973)
33. Caymmi e Seu Violão (Dorival Caymmi, 1959)
34. Loki? (Arnaldo Baptista, 1974)
35. Estudando o Samba (Tom Zé, 1976)
36. Falso Brilhante (Elis Regina, 1976)
37. Caetano Veloso (Caetano Veloso, 1968)
38. Maria Fumaça (Banda Black Rio, 1977)
39. Selvagem? (Os Paralamas do Sucesso, 1986)
40. Legião Urbana (Legião Urbana, 1985)
41. Meus Caros Amigos (Chico Buarque, 1976)
42. O Bloco do Eu Sozinho (Los Hermanos, 2001)
43. Refazenda (Gilberto Gil, 1975)
44. Mutantes (Os Mutantes, 1969)
45. Raimundos (Raimundos, 1994)
46. Chaos A.D. (Sepultura, 1993)
47. João Gilberto (João Gilberto, 1973)
48. As Aventuras da Blitz (Blitz, 1982)
49. Racional Volume 2 (Tim Maia, 1976)
50. Revolver (Walter Franco, 1975)
51. Clara Crocodilo (Arrigo Barnabé, 1980)
52. Cartola (Cartola, 1974)
53. O Novo Aeon (Raul Seixas, 1975)
54. Refavela (Gilberto Gil, 1977)
55. Nervos de Aço (Paulinho da Viola, 1973)
56. Amoroso (João Gilberto, 1977)
57. Roots (Sepultura, 1996)
58. Antônio Carlos Jobim (Tom Jobim, 1963)
59. Canção do Amor Demais (Elizeth Cardoso, 1958)
60. Gil e Jorge Ogum Xangô + D2 (Gilberto Gil e Jorge Ben, 1975)
61. Força Bruta (Jorge Ben, 1970)
62. MM (Marisa Monte, 1989)
63. Milagre dos Peixes + D2 (Milton Nascimento, 1973)
64. Show Opinião (Nara Leão, Zé Kéti e João do Vale, 1965)
65. Nelson Cavaquinho (Nelson Cavaquinho, 1973)
66. Cinema Transcendental (Caetano Veloso, 1979)
67. África Brasil (Jorge Ben, 1976)
68. Ventura (Los Hermanos, 2003)
69. Samba Esquema Noise (Mundo Livre S/A, 1994)
70. Getz/Gilberto Featuring Antônio Carlos Jobim (Stan Getz, João Gilberto e Antônio Carlos Jobim, 1963)
71. Noel Rosa e Aracy de Almeida (Aracy de Almeida, 1950)
72. Jardim Elétrico (Os Mutantes, 1971)
73. Angela Ro Ro (Angela Ro Ro, 1979)
74. Õ Blésq Blom (Titãs, 1989)
75. Tim Maia (Tim Maia, 1971)
76. A Bad Donato (João Donato, 1970)
77. Canções Praieiras (Dorival Caymmi, 1954)
78. Gilberto Gil (Gilberto Gil, 1968)
79. Álibi (Maria Bethânia, 1978)
80. Gal Costa (Gal Costa, 1969)
81. Psicoacústica (Ira!, 1988)
82. O Inimitável (Roberto Carlos, 1968)
83. Matita Perê (Tom Jobim, 1973)
84. Qualquer Coisa/Jóia (Caetano Veloso, 1975)
85. Jovem Guarda (Roberto Carlos, 1965)
86. Beleléu, Leléu, Eu (Itamar Assumpção e Banda Isca de Polícia, 1980)
88. Nada Como Um Dia Após O Outro Dia + D2 (Racionais MC’s, 2002)
89. Carnaval na Obra (Mundo Livre S/A, 1998)
90. Quem é Quem (João Donato, 1973)
91. Cantar (Gal Costa, 1974)
92. Wave (Tom Jobim, 1967)
93. Lado B, Lado A (O Rappa, 1999)
94. Vivendo e Não Aprendendo (Ira!, 1986)
95. Doces Bárbaros + D2 (Gil, Bethânia, Caetano e Gal, 1976)
96. A Sétima Efervescência (Júpiter Maçã, 1996)
97. Araçá Azul (Caetano Veloso, 1972)
98. Elis (Elis Regina, 1972)
99. Revolução por Minuto (RPM, 1985)
100. Circense (Egberto Gismonti, 1980)

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Rômulo Fróes - Calado (2004)


O samba de São Paulo nunca teve a exuberância baiana ou a manemolência da malandragem carioca. Em 2004, Rômulo Fróes iniciou escavações em sua arqueologia pessoal e emergiu do túmulo do samba com Calado, um disco conciso em sua pesquisa da canção.

Rômulo, como seus parceiros Nuno Ramos e Clima, elevava à enésima potência o fio de tristeza que conduz o samba, tramando canções que abriam novos caminhos para o nosso gênero fundamental, calcadas principalmente em sua voz grave e violões chorados.

Romulo Fróes vem se firmando no cenário da nova música brasileira como um artista influenciado pela tradição das grandes canções do Brasil, mas que aponta em seu trabalho novas direções, consolidando cada vez mais sua música.