quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Nação Estrelha Brilhante


Gravado no estúdio Fábrica, na Várzea, e mixado no Manguenitude, em Casa Forte, todas as músicas do disco do Estrela Brilhante foram arranjadas pelo mestre Walter (foto ao lado), também autor da maioria das toadas do álbum. Sambista, com passagem por várias escolas do Recife, mestre Walter integrou-se ao maracatu há nove anos. Esse seu passado de sambista influenciou as toadas do Estrela Brilhante, bem mais melodiosas do que o que comumente se escuta em maracatus tradicionais de baque virado.

O produtor Zé da Flauta, responsável pela mixagem do disco, já teve experiências anteriores em estúdio com maracatus (foi o produtor do primeiro CD do Nação Pernambuco), e confessa ter ficado satisfeito com o resultado desse trabalho. “Considero a produção mais tranqüila em que trabalhei, todo mundo no maior astral. Foi gravada inicialmente a percussão, e depois as vozes, sem artifícios de estúdio”, diz

Apesar ter surgido na primeira década do século passado, fundado por ex-escravos, em 1910, por se localizar num bairro onde, nos ultimos dez anos, a cultura pop tornou-se muito forte, com bandas conhecidas nacionalmente, tais como Devotos ou Faces do Surbúbio, o maracatu do Mestre Walter e de Dona Marivalda é o preferido por músicos da cena mangue, entre eles Wilson Farias, ex-Cascabulho, Eder “O” Rocha, do Mestre Ambrósio, e Silvério Pessoa, que faz uma participação especial no CD. “Eu conheci o Estrela Brilhante levado por Wilson Farias, que é batuqueiro do maracatu. Já no Abril pro Rock de 98, o Estrela Brilhante participou do show do Cascabulho”. Neste disco Silvério Pessoa adaptou a sua Clementina de Jesus no Morro da Conceição (Delírios da Ressurreição), acrescentando na letra o nome da rainha do Estrela Brilhante, dona Marivalda.

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Eddie - Original Olinda Style

Esse é o segundo CD da banda Eddie, um liquidificador que bate dub, samples, samba, frevo, reggae e muito mais. Uma evocação da cidade de Olinda, nada saudosista mas moderna e multimídia. Formada no final dos anos 80, a banda é fundadora do movimento Mangue Beat, junto com Mundo Livre S/A e Nação Zumbi. Pode abraçar que é som do bom!!!


Orquestra de Percussão Elefante Groove

Formada por doze jovens artistas de Belo Horizonte, a orquestra de percussão Elefante Groove foi um marco recente na cultura de BH. Djambes, alfaias, abês, bateria, baixo, vozes e guitarra traduziram o maracatu, o coco, a salsa, a música cubana, africana, rituais tribais e elementos contemporâneos.

Criado pelo arranjador e multi-artista Lenis Rino, o Elefante Groove contava com integrantes de diversas formações como a música, a dança, o circo e o teatro. E fazia da pesquisa musical e cultural fonte constante para suas criações.

Abriu
shows de artistas como Hermeto Pascoal, Manu Chao, Jorge Ben Jor e Mundo Livre S.A. Participou também, junto com o músico Otto da Conexão Telemig Celular em maio de 2003.

Com repertório próprio desenvolvido durante essa trajetória, o grupo lançou no dia 02 de abril de 2004 no Lapa Multishow em BH seu primeiro CD intitulado "Com Vida". Produzido e masterizado pelo percussionista Éder "O Rocha" (Mestre Ambrósio) e pelo produtor Buguinha (Cordel do Fogo Encantado e Nação Zumbi), o disco traz 11 composições inéditas.

Era uma turma boa, fazia um som de primeira, passaram e fizeram sua história no cenário musical da capital mineira. Para nós, ficou esse belo CD que a cabana disponibiliza para você.



quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Lenine

Nasceu Osvaldo Lenine Macedo Pimentel, em Recife, Pernambuco, em 1959. Estudou música no Conservatório de Pernambuco e, aos 18 anos, fez as malas e foi para o Rio de Janeiro participar de um festival de música. Por lá ficou. Cantor, compositor, arranjador, músico e produtor, poucos artistas reúnem reconhecido talento em tantas atividades. Lenine tornou-se uma personalidade da música brasileira, reconhecida pelo grande público, pela imprensa, por artistas e multiplicadores de opinião.

Este pernambucano de alma carioca, que já no começo dos anos 80, invadia o palco com bumbos rústicos, entoando tradicionais maracatus pernambucanos com uma linguagem pop é hoje um dos nomes mais representativos da nova safra da musica popular brasileira.

Logo que chegou ao Rio de Janeiro, Lenine começou a se socializar com músicos cariocas e diferentes tribos. Tornou-se amigo do percussionista Marcus Suzano e, com ele, gravou seu segundo disco em parceria, "Olho de peixe". O disco foi lançado discretamente, mas logo ganhou um boca-a-boca forte, conquistando fãs com sua mistura musical inovadora: o violão percussivo de Lenine com o pandeiro de Suzano, que transforma este pequeno instrumento tradicional do samba em uma ágil e completa bateria. Este álbum ilustra de forma sublime uma geração da música brasielira onde não há limites entre estilos tornando a música tão híbrida quanto em outras artes.

Música conteporânea brasielira, poderíamos chamar, se o próprio Lenine ja não tivesse nomeado sua música de "Música Planetária brasileira! MPB! A mistura dos sons, é o ponto de partida deste mútiplo artista. Mixando a eletrônica com o maracatu, o futuro com a tradição, o caboclinho com o funk e o pop com o rock, Lenine segue sua viagem e leva-nos com ele.

(baixar o som)

Em seu último álbum, acústico MTV, Lenine regrava algumas músicas, ampliando a qualidade musical e sua sonoridade apurada, além das gravações inéditas. Gravado no Auditório do Ibirapuera, em São Paulo, o disco contou com a superbanda base de Lenine, formada por Pantico (bateria), Guila (baixo) e Jr. Tostoi (guitarras). O projeto também teve as luxuosas participações do africano Richard Bona, da mexicana Julieta Venegas, do chileno Victor Astorga, do baterista Iggor Cavalera e do maestro Ruriá Duprat.

Destaque para a versão da música "a Ponte", que canta em parceria com o rapper Gogh de Brasília. A música ganha força e sentido diante da realidade deste país, bom de música e ruim de política, ou melhor dizendo, de políticos. (Valeu pelo post Popó).

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Roberta Sá - Que belo estranho dia pra se ter alegria (2007)


Ao contrário de muitos artistas que surgem aos montes por aí, Roberta Sá trabalhou seu novo disco em seu tempo. O álbum de estréia, ''Braseiro'' (clique para baixar), saiu em 2004, já chamando atenção da crítica. E exatos três anos depois ela volta e se afirma com o fino '''Que Belo Estranho Dia Pra Se Ter Alegria'' (Universal). O tal longo intervalo é visto por ela como uma característica de seu trabalho - Roberta Sá gosta de colher bem seu repertório e ficar íntima da música para poder gravá-la.

"Resolvi fazer o disco quando deu vontade, quando achei que tinha material tão rico quanto no primeiro", conta, em entrevista à Agência Estado. E emenda: "O tempo foi mais nessa questão de primeiro colher o repertório, escolher, falar com os compositores para poder parar para fazer o disco. Gosto desse processo, meu processo é lento, eu preciso ficar íntima da música para depois gravar".

Sua atitude revela maturidade de uma cantora que sabe o que quer. Com seu modo de garimpar, Roberta Sá pôde visualizar bem o que desejava e empregou sua notável voz em belas canções, entre novos e antigos compositores. Reuniu, em seu álbum, nomes que despontam no cenário da MPB, como Junio Barreto, Moreno Veloso, Pedro Luís (seu namorado), Rodrigo Maranhão, entre outros, e os misturou a grandes canções de Sidney Miller, Carvalhinho e Dona Ivone Lara.

Considerada revelação com o primeiro disco, pode-se dizer que com este segundo CD ela se firma de vez como um bom achado da nova geração da MPB. Se em ''''Braseiro'''' Roberta Sá passeava com mais afinco no samba de raiz, em ''''Que Belo Estranho Dia'''' a cantora explora, mais solta, o universo do gênero, passeando por vertentes como maxixe, jongo, marcha-rancho, choro, e até mesmo um quê de bossa e funk.

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Nação Zumbi e Skank - A Cidade

Skank e Nação Zumbi tocam "A Cidade" na gravação do Estúdio Coca-Cola




segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Tom Zé e Miguel Wisnik - Parabelo

Tom Zé e Wisnik fizeram esse álbum sob encomenda para a trilha do espetáculo Parabelo do Grupo Corpo, de Belo Horizonte. Veja um pedaço do espetáculo no vídeo abaixo, atente para a sonzêra que os caras criaram:




Jethro Tull e Fela Kuti

Show do Jethro em Munich em 1983 com participação de ninguém menos que Fela Kuti (9min).

Fela Kuti - Coffin for head of state (1979)

Mais um álbum do mestre Fela Kuti "Coffin for head os state"

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Fela Kuti - Fela fear not for man


Fela Anikulapo Kuti, ou só Fela Kuti, é o equivalente africano de Che Guevara e Bob Marley ao mesmo tempo, gênio da raça, líder pacifista e voz do povo. Papa do afrobeat, trouxe os milenares ritmos africanos para a era elétrica, fundindo-os com a força bruta do jazz, funk e rhythm'n'blues.

Com seu front musical, entrava em transes percussivos acompanhados de cavalgadas de baixos elétricos, guitarras em profusão, um coro feminino em primeiro plano e uma enxurrada de instrumentos de sopro, com o sax de Kuti em primeiríssimo plano.

Com mais de uma centena de discos com sua participação (álbuns costumeiramente divididos em quatro blocos de quinze minutos, que tornavam-se horas ao vivo), Fela criou uma obra tão vasta quanto densa, de valor inestimável e de fácil aceitação. Mas como a África, Fela Kuti é deixado de lado da história mundial, como um gigante incompreensível, uma floresta fechada onde nenhum homem jamais esteve.

Mas a cabana vai prestar uma homenagem a esse mestre esquecido e vai disponibilizar alguns álbuns para a moçada da boa música. O primeiro que segue é o Fela Fear Not for Man.

A obra do filho mais controverso da nação nigeriana não é apenas de fácil aceitação como perfila-se muito bem ao lado de senhores do ritmo como James Brown, George Clinton, Miles Davis, Afrika Bambaataa e o supracitado Marley - todos conduzindo seu público a um êxtase coletivo baseado na fusão de ritmo e eletricidade, sempre num redemoinho de instrumentos tocados de forma radical, ao extremo.

Nascido em 15 de outubro de 1938, notório canábico (fazia questão de ostentar baseados gigantescos, que esfumaçavam a cara de suas visitas), também era conhecido por sua disposição sexual, que o fez desposar 27 mulheres num mesmo casamento, remetendo às tradições iorubás. Um artista completo, morreu em conseqüência da Aids, em 1997, deixando uma obra irrepreensível.

domingo, 5 de agosto de 2007

Salve Cássia Eller

Pra começar a semana com alegria na alma, vai um vídeo de Cássia Eller e Noite Ilustrada cantando juntos um clássico de Ataulfo Alves.



Rosália de Souza - Garota Moderna


Em sua estréia solo, a cantora Rosalia de Souza, fluminense de Nilópolis e residente na Itália desde meados dos anos 90, injeta jazz e eletrônica em ritmos brasileiros, num CD que surpreende pela sofisticação musical.

Nas gravações, a cantora conta com o apoio da produção classe A do DJ e instrumentista italiano Nicola Conte para sua voz delicada e afinadíssima.

O repertório traz clássicos da música brasileira (bossa nova, afro-samba, MPB), como "Saudosismo" e "Canto de Ossanha" -com direito a canções ritmica e melodicamente sofisticadas, como a pouco conhecida "Adriana"-, e parcerias da dupla ítalo-brasileira, como "Gotas" e "Mais".

Moderna -e corajosa-, Rosalia faz parte de uma linhagem de cantoras -à qual também pertencem, cada uma a seu modo, Cibelle Cavalli, Bebel Gilberto e Fernanda Porto- empenhadas numa renovação da sonoridade da música brasileira, e que para isso recorreram a produtores interessados em misturar elementos da música eletrônica aos ritmos brasileiros.

A má notíca é que, assim como o disco de Cibelle, lançado na Europa e nos Estados Unidos no ano passado, "Garota Moderna" ainda não tem previsão de lançamento no Brasil. Mas Cabana antecipa e coloca aí pra moçada da boa música baixar...

(link em breve)