terça-feira, 7 de agosto de 2007

Fela Kuti - Fela fear not for man


Fela Anikulapo Kuti, ou só Fela Kuti, é o equivalente africano de Che Guevara e Bob Marley ao mesmo tempo, gênio da raça, líder pacifista e voz do povo. Papa do afrobeat, trouxe os milenares ritmos africanos para a era elétrica, fundindo-os com a força bruta do jazz, funk e rhythm'n'blues.

Com seu front musical, entrava em transes percussivos acompanhados de cavalgadas de baixos elétricos, guitarras em profusão, um coro feminino em primeiro plano e uma enxurrada de instrumentos de sopro, com o sax de Kuti em primeiríssimo plano.

Com mais de uma centena de discos com sua participação (álbuns costumeiramente divididos em quatro blocos de quinze minutos, que tornavam-se horas ao vivo), Fela criou uma obra tão vasta quanto densa, de valor inestimável e de fácil aceitação. Mas como a África, Fela Kuti é deixado de lado da história mundial, como um gigante incompreensível, uma floresta fechada onde nenhum homem jamais esteve.

Mas a cabana vai prestar uma homenagem a esse mestre esquecido e vai disponibilizar alguns álbuns para a moçada da boa música. O primeiro que segue é o Fela Fear Not for Man.

A obra do filho mais controverso da nação nigeriana não é apenas de fácil aceitação como perfila-se muito bem ao lado de senhores do ritmo como James Brown, George Clinton, Miles Davis, Afrika Bambaataa e o supracitado Marley - todos conduzindo seu público a um êxtase coletivo baseado na fusão de ritmo e eletricidade, sempre num redemoinho de instrumentos tocados de forma radical, ao extremo.

Nascido em 15 de outubro de 1938, notório canábico (fazia questão de ostentar baseados gigantescos, que esfumaçavam a cara de suas visitas), também era conhecido por sua disposição sexual, que o fez desposar 27 mulheres num mesmo casamento, remetendo às tradições iorubás. Um artista completo, morreu em conseqüência da Aids, em 1997, deixando uma obra irrepreensível.

3 comentários:

Anônimo disse...

É a psicodelia demente de um negro polivalente. Fela Kuti é mestre, e dos bons. Quem se permite, ou atreve-se, a conhecer sua obra, não consegue mais parar de escutar!!! POST MARAVILHOSO.
bjs

Anônimo disse...

Definiu bem quando falou em transe percusivo. É exatamente isso.Obrigado

Anônimo disse...

fela kuti é preto