sexta-feira, 25 de abril de 2008

Virada Cultural 2008

A Virada Cultural é um evento promovido pela Prefeitura de São Paulo que tem por objetivo levar as pessoas a se apropriarem do espaço público. Ela chega a sua quarta edição com muito mais atrações e novos palcos.

Das 18 horas de sábado, dia 26 de abril, às 18 horas de domingo, paulistanos e visitantes terão acesso a atrações culturais de diversas vertentes. Muita coisa boa vai rolar: Gal, Mutantes, Sá Rodrix e Guarabira, Pepeu Gomes, Jorge Ben, Jair Rodrigues, Zé Ramalho, Tom Zé, Marcelo D2, Quinteto Violado, Los Poromgas, os mineiros: Estrume'n'tal e Porcas Borboletas, Banda Black Rio, Rappin Hood, Z´Africa Brasil, Afrika Bambaatae e muito mais. Você pode ver a programação completa aqui.

Meus destaque vão para:

LUIZ MELODIA

O cantor carioca relê, na íntegra, seu álbum "Pérola Negra" (1973).
Teatro Municipal, 18h.

CESARIA EVORA
Não dá para desperdiçar um show da melancólica diva de Cabo Verde.
Palco São João, 18h.

NANÁ VASCONCELOS
Relembrando o álbum "A Dança das Cabeças" (1977), Naná revive uma histórica parceria na música instrumental.
Teatro Municipal, 21h.

QUINTETO EM BRANCO E PRETO E CONVIDADOS
Destaque para a presença de Dona Ivone Lara e Nelson Sargento.
Boteco de Bambas, 16h.

MUNDO LIVRE S/A
Trazendo um axé de pernambuco direto para o centro de São Paulo.
Pátio do Colégio, 18h45.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Maquinado em Sampa


Maquinado é um dos projetos mais evidente no cenário da música independete brasileira. Nele, Lúcio Maia revisita seu desfragmentado "Eu-Anárquico" despertado em 2003, quando compôs, junto com o parceiro Jorge du Peixe, a trilha sonora do longa Amarelo Manga, de Cláudio Assis.

Misturando guitarras bem empunhadas, scratches, loops e participações especialíssimas - como a de Speed, Rodrigo Brandão e Siba - Maquinado é o que podemos classificar tranquilamente como a boa nova música popular brasileira.

Está circulando na internet uma gravação ao vivo do show que rolou no Rio de Janeiro.

Conexão Vivo em BH


Na próxima quinta-feira (24), o Parque Municipal, em pleno centro de Belo Horizonte, se transforma em palco para as mais de 50 atrações do Projeto Conexão Vivo, iniciativa da operadora de telefonia celular que substitui o saudoso Conexão Telemig Celular. Que a Vivo, empresa recém chegada nas Gerais, tenha a decência de manter as políticas culturais da assassinada Telemig Celular.

Mas vamos falar de coisa boa, conhecido por revelar novos artistas e estimular o intercâmbio de informações entre os novos e os talentos já reconhecidos, o projeto inclui na programação 40 artistas mineiros, alguns consagrados como Fernanda Takai, Dea Trancoso (foto abaixo), Renato Teixeira, Anthonio, Gilvan de Oliveira, e nomes populares da nova geração como Falcatrua(foto acima), Zé da Guiomar e Porcas Borboletas.

As bandas foram escolhidas dentre as seletivas realizadas pelo Conexão em 2007, nas cidades de São João Del Rey, Montes Claros, Poços de Caldas e Uberlândia. As revelações serão apresentadas também em um CD virtual e em um DVD.


O festival ainda conta com atrações internacionais, como a banda Los Alamos e a cantora chilena Tita Parra, e figurinhas carimbadas da música nacional como Edgard Scandurra, Guinga, BNegão e os Seletores de Freqüência, Mõveis Coloniais de Acaju, Toninho Ferraguti, Rebeca Matta e Nação Zumbi.

Dobradinhas

Os dois palcos montados para o Conexão também vão servir de espaço para encontros. O mais curioso dessa edição deve ser a junção da banda mineira The Dead Lover´s Twisted Heart e o ícone do brega Odair José. A programação ainda reserva colaborações entre Juarez Maciel e o Grupo Muda com o guitar-hero Edgar Scandurra; Berimbrown com Gerson King Combo, e o Falcatrua com os acreanos dos Los Porongas.

Os clientes Vivo podem pegar três pares de ingressos gratuitos nas lojas da operadora na Savassi e no Centro de Belo Horizonte, apresentando um documento de identidade e o número do celular. Para quem não é cliente, os ingressos são vendidos pelo preço de R$ 10,00 e as rádios 98, Inconfidência e Alvorada estão realizando promoções.

Conheça a programação
Shows: de 18h às 1h

24/04 - QUINTA
Mariana Nunes, Bilora, Viola Urbana, Kiko Klaus + Aline Calixto, Leopoldina, Los Alamos (Argentina)

25/04 - SEXTA
Gabriel Guedes, Carlinhos Ferreira, Juarez Moreira Trio convida Toninho Ferraguti (SP), Gilvan de Oliveira convida Renato Teixeira (SP)

26/04 - SÁBADO
Gustavo Figueiredo, The Dead Lover's Twisted Heart convida Odair José (SP), Tattá Spalla, Udora, Móveis Coloniais de Acaju (DF)

27/04 - DOMINGO
DJ Roger Dee, Quebra Pedra, Deco Lima e o Combinado, Juarez Maciel e Grupo Muda convidam Edgard Scandurra (SP), Nação Zumbi (PE)

30/04 - QUARTA
Wilson Dias convida Juraildes da Cruz (GO), Rafael Macedo e Pulando o Vitrô, Elisa Paraiso convida Guinga (RJ), Déa Trancoso convida Tita Parra (Chile)

01/05 - QUINTA
Ragna, Prucutrutá, Cataventoré, Berimbrown convida Gerson King Combo (RJ), Renegado + Ganja Man (SP) + Aline Calixto, BNegão e os Seletores de Frequência (RJ)

02/05 - SEXTA
Cesar Maurício, Fabiana Lima & Bruno Andrade convidam Maurício Tizumba, Anthonio, Enéias Xavier Convida Chico Amaral e Lincon Cheib, Falcatrua convida Los Porongas (AC)

03/05 - SÁBADO
Concreto, Gustavo Maguá, Porcas Borboletas, Rebeca Matta (BA), Zé da Guiomar

04/05 - DOMINGO
Dois do Samba, Babilak Bah, Rosa dos Ventos convida Titane, Celso Moretti convida Fauzi Beydoun (SP), Fernanda Takai

Meus destaque vão para o encontro entre Los Porongas e Falcatrua, para o show da Nação Zumbi, para a jam de Gabriel Guedes, Carlinhos Ferreira, Juarez Moreira Trio convidando Toninho Ferraguti, outra que não rola de perder é o Movéis Coloniais de Acaju e, na minha opinião o destaque no festival, o encontro que mais promete: Renegado + GanjaMan + Aline Calixto, BNegão e os Seletores de Frequência. Tenho acompanhado aqui em Sampa o trampo do Ganjaman e o cara tá mandando muito!!

Daniel Ganjaman (na foto, ao lado), é um dos principais produtores do rap nacional, músico do coletivo Instituto, ostenta um currículo de 18 quilates. Fez as bolachas gritarem em shows do Racionais MCs, Sabotage, Planet Hemp, Otto, Seu Jorge, Mombojó, MV Bill, Nação Zumbi, Eddie e muitos outros… Precoce? Que nada. O cara também é um dos fundadores do Estúdio El Rocha, em São Paulo, berço de boa parte do que se chama hoje de música independente paulistana (Forgotten Boys, Cidadão Instigado e outros).

terça-feira, 22 de abril de 2008

Curumin - Japa Pop Show (2008)

Saindo do forno, Curumin está lançando seu novo trabalho. O cantor, compositor e instrumentista Luciano “Curumin” Nakata começou sua carreira fazendo parte das bandas Sindicato do Groove e Zomba – que tinha a aclamada cantora paulista Paula Lima nos vocais – além de tocar como baterista do ex-titã Arnaldo Antunes.

Curumin é baterista, e isso fica claro em todo o seu trabalho, pois a energia dessa obra nasce primeiramente na firmeza e musicalidade da concepção rítmica. À eletrônica soma-se os instrumentos tradicionais de percussão, o cavaquinho e o violão. Os sons graves conferem o peso e a agressividade que a música como um todo adquiriu após o surgimento do rock and roll nos anos 50, enquanto outros timbres agudos nos remetem a associações com barulhinhos alienígenas de disco voadores, e efeitos que nos levam looonge.

É, portanto, um som caleidoscópico, repleto de objetos comuns e raros, onde o ouvinte deve perder-se e reencontrar-se. Curumin faz parte de uma geração de artistas de formação musical sólida que optou por construir a carreira sobre a densidade da música, pouco se importando com a chanchada.

Vivemos um momento paradoxal em que o esquema viciado da grande gravadora-jabá destrói-se a si mesmo num processo autofágico. Enquanto isso, surgem novas vozes de uma geração que teve acesso a toda informação, que bebeu de diversas fontes e está ávida por expressar sua concepção de mundo. Nesse ambiente peculiar, potencialmente representativo de uma mudança pra melhor, surge Curumin cantando, tocando e compondo.
(Valeu a dica Dulce!!)



quinta-feira, 17 de abril de 2008

Lefties Soul Connection

Lefties Soul Connection é uma banda de new funky da Holanda e "Skimming the Skum" é o álbum lançado no final do ano passado. Os caras tem uma pegada muito forte, com grooves clássicos e umas quebradas de ritmo alucinantes. Tem um estilo anos 70, mas com uma pegada bem mais atual, o que tira deles aquele estilo retrô que temos visto tanto por aí. Da pra sacar uma grande influência do hip-hop, algo como The Roots, Jurassic 5 e Beastie Boys. Pode abraçar que é som do bom!!!

Orquestra Contemporânea de Olinda

Montar um trabalho envolvendo tanta gente dá mesmo um receio”, diz Gilson Lúcio do Amaral Filho, o Gilú, 23 anos, fundador da Orquestra Contemporânea de Olinda. Mas o pessoal dos sopros do Grêmio Musical Henrique Dias (escola profissionalizante de Olinda, que existe desde 1954) estava ali dando sopa, e Gilú queria fazer algo com ênfase em arranjos de metais e percussão – longe do frevo e fora do período de Carnaval, que é quando Olinda ferve. “O frevo tem menos influência no nosso repertório do que o afrobeat, o jazz, o ska e a música jamaicana em geral, um pouco de funk no baixo... E toda a música brasileira, como samba, samba de gafieira, coco... Só não tem maracatu. Esse eu deixei para o mangue beat”, brinca.

Gilú, que tocou percussão com o Mundo Livre S/A, Otto, e Naná Vasconcelos, acabou atraindo elementos à receita da Orquestra, como o rabequeiro e cantor Maciel Salú (filho do Mestre Salustiano) e o cantor Tiné, em um total de 12 músicos de idades e influências variadas. “A gente faz os arranjos de base coletivamente, e entrega pro Ivan [do Espírito Santo, maestro, sax alto e barítono] arranjar os metais”, conta Gilú. O resultado é um delicioso show-baile com repertório pinçado de velhos vinis de música brasileira colecionados pelo líder do grupo: “Sereia”, de Osvaldo Nunes; “O Samba É Bom”, de Zé Cobrinha; “Não Interessa Não”, de Luiz Bittencourt e Zé Menezes, além de muito material autoral. Os amigos Fred 04 (Mundo Livre S.A.), Fabinho do Eddie e Erasto Vasconcelos também foram escalados para fornecer músicas para as 13 faixas que serão gravadas em outubro.

A rica tradição das orquestras do Brasil – responsáveis quase anônimas de muito do que se fez de melhor na música durante várias décadas do século passado – volta nessa forma contemporânea, amistosa e coletiva, que remete à carioca Orquestra Imperial. Existe ou não a influência dos colegas mais famosos do Rio de Janeiro? “Tanto quanto há do mangue beat”, explica Gilú. “São momentos em que a tradição musical reaparece, mas pedindo uma roupagem atual. É isso que estamos fazendo.” (Texto da revista Rolling Stone 10/2007)

Em maio e junho os públicos de Rio, São Paulo e Brasília terão a oportunidade de conferir o mais novo som proferido em Pernambuco.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

De Andada

Sete homens e um cenário. Essa série mostra músicos da cena recifense contemporânea contando como as localidades do Recife serviram de inpiração para suas músicas. De quebra, geopolítica acidental, sons improvisados e breve história imagética do mangue. Lirinha (Cordel do Fogo Encantado), Fred 04 (mundo livre s/a), Fábio Trummer (Eddie), Otto, Jorge Du Peixe (Nação Zumbi), Zé Brown (Faces do Subúrbio) e Fábio Mafra/Chupeta (Textículos de Mary).

Esse foi o primeiro vídeo pernambucano exclusivo para a Internet.

Fábio Trummer - Eddie
.


Lirinha - Cordel do Fogo Encantado



Zé Brown - Faces do Subúrbio



Jorge du Peixe - Nação Zumbi



Otto



Fábio Mafra / Chupeta - Textículos de Mary



Fred 04 - Mundo Livre s/a


terça-feira, 8 de abril de 2008

DobaCaracol - Soley (2004)


O Cabana abre espaço para um post com gosto de chá das cinco:

"Doba (Doriane Fabreg) e Caracol (Carole Facal) se conheceram numa rave em plena parte francesinha do Canadá, em 98. Reação química instantânea, explosão em groove e afro-beat, as duas deram as mãos e logo de cara montaram uma parceria musical, releituras a base de vocais suaves e talentos percussivos.

Cinco anos de estrada (de terra), veio a longa curva. De carona, entraram quatro multi-instrumentistas e fez-se DobaCaracol, que passou a compor e assim assinou contrato com a Indica Records, um dos selos independentes mais quentes do Canadá. Dessa viagem, dois álbuns: “Soley” (2004) e “Come-Son” (2007). Na bagagem: Egito, Europa, África do Sul e até mesmo Estados Unidos, de cada lugar um som, uma cor, uma textura.

Bon voyage!"
(valeu o post Nina do Chá!)



Meus destaques desse álbum vão para as faixas Éstrange(do vídeo acima), Fièvre e Love. Legal ver as influências brazucas também, no clipe tem umas imagens de uns caras jogando capoeria. É isso moçada, o mundo encolheu!! Saravá.


segunda-feira, 7 de abril de 2008

Gilberto Gil - Copacabana Mon Amour - 1970

Copacabana mon amour foi o filme que inaugurou a chanchada psicodélica carioca. Rogério Sganzerla filmou o morro carioca do jeito que o diabo gosta e revelou “a paisagem daquela ex-capital que apodrecia maravilhosamente.”

Este disco é trilha sonora do filme. Foi criada e produzida em 1970, durante o exílio de Gil em Londres e gravado no estúdio Chappell. Gil gravou voz e violão em dois canais e a fita original foi recuperada para esse CD.

BH vai mostrando sua cara.

É bom e da orgulho ver música boa brotando das montanhas. Não tive a chance de ver ao vivo essa turma tocando nesse novo projeto, mas pelo que conheço já dá pra recomendar!!!
BH precisa de mais gente como essa trupe: gente que faz acontecer!!! Vida longa a esse e a todos os projetos que colocam a música em primeiro lugar.

Se liga - Exposição Coletiva

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Laços

Pra quem ainda não viu, vale a pena demais ver esse curta.
É poesia pura.

On the right track - Skatalites

Este é o ultimo disco de músicas inéditas dos Skatalites, lançado em 2007. Após oito anos sem lançar novos sons, a banda parece melhor do que nunca mesmo com seus mais de 40 anos na estrada.

Na formação atual, somente Doreen Shaffer, Lloyd Knibbs e Lester Sterling são da formação original, mas isso não quer dizer menos pegada e vibração. Nesta bolacha, destaque para Outback Ska e Marguerita's Lament, músicas que lembram muito a sonoridade dos tempos de Studio One.

terça-feira, 1 de abril de 2008

Confraria das Sedutoras - 3 na Massa


Acabou de ser lançado o cd completo do 3 na Massa. Muito bom, como era de se esperar. Para quem ainda não conhece, copio aqui o texto do post de dezembro quando apresentei o projeto para o povo da Cabana.

Poesia, Big Brother, música eletrônica, voz delícia, esse som é diferente de tudo que temos escutado por aí. Fecha o olho, aumenta o som. A idéia é perfeita: Mulheres; - mulheres falando das experiências amorosas que marcaram suas vidas de algum modo. Seduzindo, ou sendo seduzidas, pervertendo ou sendo pervertidas. O som envolve.

Rica Amabis, Pupillo e Dengue tiram a mulher da condição de musa e a colocam como precursora das situações, como verdadeiras narradoras de um universo Dionisíaco. É libido puro. O som do 3 na Massa (que conta também com os membros da Nação Zumbi na cozinha) consegue ser a melhor novidade em se tratando de bandas paralelas dessa leva interminável de novos projetos pop eletrônicos. Suas influências formam uma colagem sonora heterogênea. Metais que lembram em muitos momentos a Orquestra Imperial, ou a excelente Vermute de Recife. 3 na Massa é Rica Amabis (Instituto), Pupillo (Nação Zumbi) e Sucinto Silva (também da Nação).

O som atinge ao mesmo tempo um clima lúdico e sofisticado. Esbanja em barulhinhos, texturas, invencionices e vozes deliciosas, tem desde Thalma de Freitas, sub-aproveitada em novelas da Globo, até Céu interpretando uma canção de Junio Barreto, “Doce Guia”. “Tatuí” também merece um à parte, a hipnótica faixa escrita por Rodrigo Amarante ganha um ar de lolita na voz de sua namorada, Karine Carvalho.

(confraria das sedutoras - clique aqui)