quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Ortinho - Ilha do Destino (2002)

Em seu primeiro CD solo, o cantor pernambucano faz contundente crítica social – sem perder a criatividade, a poesia, o humor e o ritmo.

Sumido de Pernambuco, diziam que ele tinha abandonado a música. Desiludido, lendejavam que teria retomado sua veia de artista plástico e rumado pras Oropas. Correu boato de que o cantor havia virado locutor de rádio, apresentando programa de culinária agrestina. Já os maldosos sussurravam que, enfiado no fiado, o pernambucano teria arrumado um trampo de promoter no circuito do forró universitário. Besteirada.

Escondido pelas lendas que ele mesmo criava, Ortinho – nascido Wharton Coelho, em Caruaru, há 33 anos – encerrou sua participação na banda Querosene Jacaré, estava era inventando. Na miúda, concebia sua obra magna: Ilha do Destino. Seu primeiro CD solo nasceu graças a um trabalho incansável de depuração estilística – e o resultado é um som único. Nada fácil, para quem mixa na mesma canção maracatu e rock, rap e repente, ciranda e funk.

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Nação Zumbi e Skank - Estúdio Coca-Cola

O projeto musical da Coca-Cola tem feito alguns encontros legais, outros nem tanto. Consegui as músicas do encontro entre Nação Zumbi e Skank. Destaque para "A Cidade" e "Hoje, Amanhã e Depois".

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Nação Zumbi - Fome de Tudo (2007)

O sétimo disco da Nação Zumbi, "Fome de tudo" sai este mês pela gravadora Deckdisc com 12 faixas inéditas compostas pela própria banda com produção de Mario Caldato (Beastie Boys, Super Furry Animals, Planet Hemp, Marcelo D2). A Cabana correu atrás e já disponibiliza aqui o álbum pra galera da boa música.

Em entrevista ao site Pop Up, Jorge duPeixe comenta as participações especiais no trabalho: “Colocamos Céu no Inferno”, diz sorrindo, sobre a música “Inferno”, que tem participação da paulistana Céu. Júnio Barreto participa em “Toda Surdez Será Castigada” e Money Mark, tecladista do Beastie Boys, também está no disco. Outra participação de destaque é do Maestro Ademir Araújo na música “Nascedouro”, feita antes de saber que o próprio seria homenageado no Carnaval de 2008.

A primeira música de trabalho, "Bossa Nostra", mantém a característica power de combinar guitarra com os tambores, muitos efeitos eletrônicos e versos que falam em levar a alma para passear. Não tem muita novidade no som dos caras, o som parece mais limpo que em Futura, menos samplers e mais intrumentos mais tambor rasgado, a mesma pegada e vibração, ou seja, contunua ducarai, continua Nação!

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Adoniran Barbosa


João Rubinato nos conta a vida de um típico paulistano, filho de imigrantes italianos, a sobrevivência do paulistano comum numa metrópole que corre, range e solta fumaça por suas ventas. Através de suas músicas, canta passagens dessa vida sofrida, miserável, juntando o paradoxo bom humor / realidade - para quê lamúrias?

Tirou de seu dia-a-dia a idéia e os personagens de suas músicas. Iracema nasceu de uma notícia de jornal - quando uma mulher havia sido atropelada na Avenida São João. Adoniran nasceu e morreu pobre - todo o dinheiro que ganhou gastou ajudando ou comemorando sucessos com os amigos - seu combustível era a realidade - porque então querer viver fora dela? Talvez soubesse que o valor maior de suas canções eram interpretações como a de Elis ou Clara Nunes.

Foi um grande colecionador de amigos, com seu jeito simples de fala rouca. Contador nato de histórias, conquistava o pessoal do bairro, os freqüentadores dos botecos onde se sentava para compor, considerado pela malandragem carioca como o verdadeiro sambista de São Paulo.

Mestre Salustiano - Sonho de Rabeca


Manoel Salustiano Soares, vulgo mestre Salu, o que o nome encobre a rabeca retumba. Pai do cabra aí em baixo e mestre da cultura pernambucana, professor de nomes como Siba, Chico Science e outros. Sobre sua arte, ele mesmo diz: “Eu crio na hora. Não tenho dificuldade. Quando a gente cria, nunca esgota o que tem. A gente quando cria por conta própria, é uma fonte que é difícil secar. É coisa para a gente ser vitorioso sempre”.

Mestre Salustiano está hoje com 57 anos. Um de seus momentos de glória foi através de seu CD Sonho da Rabeca, de 98, que traz maracatu, cavalo-marinho, forró pé-de-serra, coco, samba, marchas, entre outros ritmos, em que Ariano Suassuna assinou o texto da contra-capa. “Hoje, compositores e intérpretes como Roberto Corrêa e Luís Eduardo Gramani percebem o que significam a viola para a música brasileira. Mas, o trabalho desses eruditos não teria um alicerce sobre o qual se apoiar se não existissem artistas como Mestre Salustiano..."

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Atendendo ao pedido: Los Sebozos

Quatro agentes da Nação Zumbi na companhia de elementos do Mundo Livre SA se infiltraram sorrateiramente no mais equipado QG do groove brasileiro e arrombaram o cofre. Vestidos com as roupas e armas de Jorge Ben, se disfarçaram de Los Sebozos Postizos e investigaram a obra do sujeito desde “Samba Esquema Novo” até “África Brasil”. Para os adoradores da boa música, infelizmente eles não gravaram oficialmente um cd. Mas circula pela net um álbum gravado nos shows realizados no Sesc Pompéia. A gravação não é 100%, mas é sonzêra da boa!!!!


(baixar som)

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Maciel Salu - Na Luz do Carbureto (2006)


Maciel Salú teve uma infância enriquecida pelos ritmos do Maracatu Rural, Cavalo Marinho, Ciranda e outros, cultivados em sua família com maestria por seu avô João Salú e seu pai Mestre Salustiano. Cresceu, portanto, em contato permanente com vários mestres da Cultura Popular. Sem dúvida, este jovem talentoso, que é Rabequeiro, Cantor e Compositor, tem uma herança poético-musical privilegiada.

Em sua trajetória musical, Maciel Salú começou nos grupos da família Salustiano, os Quentes do Forró, e o Sonho da Rabeca, ao lado do seu pai e dos seus irmãos. Mas o caboclo de jeito sereno, um tanto tímido, também não perdeu a atenção à cena musical contemporânea, que no Brasil, particularmente em Pernambuco, revigora-se com o Mangue Beat.

Em 1997 integrou-se ao Chão e Chinelo, sendo o vocalista, rabequeiro e um dos compositores da banda. Foi uma experiência de três anos. Participou de festivais nacionais e internacionais, como o festival de Nantes na França em (2000), além da gravação do cd Loa do Boi Meia Noite em (1999).

A tudo isso somam-se as viagens pelo mundo do som eletrônico. Como integrante da Orquestra Santa Massa, Maciel imprime os acordes de sua rabeca, junto com a guitarra e samplers do DJ Dolores. Parceria Aplaudida no Free Jazz (Rio e São Paulo), e Abril pro Rock (Recife), além de no European Tour 2003, no qual fez shows por nove países europeus durante os meses de Junho Julho e Agosto.

O sucesso foi tamanho que a turnê ampliou-se para a América do Norte, mas precisamente em Nova Iorque, no festival Lincoln Center (2003).

Celebremos esta nova tradução de Pernambuco para o Mundo. Salve Maciel Salu!!!

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Patuá Tronxo


O som desses caras é uma massa sonora carregada de ritmos brasileiros, elementos eletrônicos e uma fermentação jazzística que forma um sotaque único e universal, tornando muito difícil a idéia de rotular a banda Patuá Tronxo. Apesar do som remeter mais ao eletrônico, o grupo, formado em 2004, se encontrou no estúdio para gravar ao vivo, isso mesmo ao vivo, o primeiro disco da carreira, que foi lançado de maneira independente no mercado.

Essa experimentação e versatilidade no repertório do Patuá Tronxo poderá ser vista dia 25/10 no palco do Studio SP, com faixas autorais e versões de músicas como “Juazeiro e Petrolina”, de composição de Jorge de Altinho, “Leão do Norte”, de Lenine e “Marins dos Caetés” de Alceu Valença.

Eu vou lá conferir ao vivo essa mistura, no mínimo, curiosa.

Hermeto Pascoal


Hermeto Pascoal nasceu em Lagoa da Canoa, município de Arapiraca, Alagoas no dia 22 de junho de 1936. Ele foi um prodígio musical: ele começou com a flauta e aos oito anos já tocava sanfona. Com onze anos ele estava tocando nos bailes e forrós em torno da região de Arapiraca.

Quando estava com quatorze, sua família se mudou para Recife, e Hermeto começou a ganhar dinheiro em programas de rádio. No final dos anos 50 ele se mudou para o sul, para São Paulo. Sua voracidade musical era enorme e aos poucos ele aprendia a tocar de tudo:que viesse em seu caminho: piano, baixo, palhetas, percussão, enfim, tudo.

Como qualquer músico da sua época, ele integrou grupos de bossa nova no começo dos anos 60, tocando com artistas que hoje têm carreiras respeitáveis, como são as dos artistas Airto Moreira, Heraldo do Monte e Sivuca (com quem tinha um trio de acordeons chamado "O Mundo em Chamas".

Em 1964, ele fundou o "Sambrasa", trio com Airto Moreira e o baixista Humberto Clayber. Mais tarde, Airto estava num grupo chamado "Trio Novo" com os guitarristas Heraldo do Monte e Theo de Barros; Hermeto se reuniu ao grupo que passou a se chamar "Quarteto Novo".

O Quarteto se dedicava a uma reinvenção progressiva das canções nordestinas. "Nós tocávamos baião, xaxado, mas os arranjos eram muito jazzy, em tempo 4/4 com modernas harmonias".

Infelizmente, o grupo só gravou um disco e foi em 1967: "Quarteto Novo". Esse grupo exerceu uma profunda influência na música instrumental brasileira na década de 60 e os efeitos até hoje podem ser sentidos.

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Mundo Livre S/A


Sexto trabalho dos pernambucanos do Mundo Livre S/A, este EP, batizado com o pequeno nome de "Bebadogroove Vol. 01 (GarageSambaTransmachine)", título com referência ao disco "Beba do Samba", de Paulinho da Viola, apresenta mais uma vez um universo exclusivo de Fred Zeroquatro e sua banda. Este novo disco foi produzido, gravado e mixado em 10 dias, marca o retorno da banda ao esquema independente e o início da Óia Records, e ao mesmo tempo inova em um formato tão pouco utilizado no Brasil, o famoso EP, que aparece com a finalidade de baratear o custo final e ampliar o acesso do público, já que o preço médio deste EP é de R$ 9,00.

Cibelle Cavalli


É música paulistana". Assim Cibelle Cavalli, 24, define a mistura de influências sonoras que apresenta em seu primeiro disco solo, "Cibelle", que acaba de ser lançado na Europa pelo selo belga Ziriguiboom.

"Não é um disco de bossa eletrônica", apressa-se em explicar. "Tem guitarra fuzz, tropicalismo, Mutantes, levadas de jazz, cuts de vinil antigo, barulho de coisas".