quarta-feira, 17 de junho de 2009

Orquestra Brasileira de Música Jamaicana - OBMJ

"Orquestra Brasileira de Musica Jamaicana" foi idealizada pelo músico e produtor Sérgio Soffiatti e o trompetista Felippe Pipeta, em 2005 e só colocada em prática em 2008. A idéia inicial era tocar música jamaicana de raiz, ska, rocksteady e early reggae, mas logo veio a idéia de tocar clássicos da música brasileira nesses estilos. Saiu agora o primeiro EP da OBMJ. Ficou deveras divertido com as faixas: Guarani, Tico Tico No Fubá, Carinhoso, Águas De Março, Ska Around The Nation (composição própria), O Barquinho e Águas de Março DUB.

João Donato e seu trio - muito à vontade (1962)

Sobre “Muito à vontade”, o jornalista Ruy Castro escreveu, por ocasião de seu relançamento em CD: “foi o seu primeiro disco ao piano e o primeiro mesmo para valer, com nove de suas composições entre as 12 faixas (...). Donato, que estava morando nos Estados Unidos durante a explosão da Bossa Nova, era uma lenda entre os músicos mais novos - para alguns, pelas histórias que ouviam, ele devia ser algo assim como o curupira ou a cobra d'água. Este disco abriu-lhes novos horizontes e devolveu Donato a um movimento que ele, sem saber, ajudara a construir”.

Café Brasil (2001)

Este disco "Café Brasil" é uma façanha. A começar pelo time de músicos espetaculares que juntou. Foi lançado antes no exterior, onde já vendeu quase 100 mil cópias. Consegue agradar desde quem nunca comprou um disco de choro até a seus cultores. São vários os clássicos como "Noites Cariocas", "Brasileirinho" e "1 x 0". Apesar de serem músicas interpretadas em qualquer roda de choro, cada uma ganha um charme especial que resgata sua originalidade. "Noites Cariocas" vem com um instrumento raro no choro, o acordeon de Sivuca. "1 x 0" refaz o dueto de Benedito Lacerda e Pixinguinha com dois dos nossos maiores instrumentistas de sopros, Altamiro Carrilho e Carlos Malta. "Brasileirinho" vira um duo de bandolim e cavaquinho com os virtuoses Joel Nascimento e Henrique Cazes. O fato de ter várias músicas cantadas torna o disco ainda mais atraente para um público não acostumado a ouvir música instrumental. É um disco de estrelas, como Paulinho da Viola (sempre fantástico), Martinho da Vila e Marisa Monte. A produção é do Rildo Hora.

O disco foi feito especialmente para uma gravadora alemã, que o lançou na Europa e EUA antes do Brasil. Quando começou a ser vendido aqui, já era um sucesso de vendas mundial. Acredito que será o principal responsável pela divulgação do Choro no exterior, depois de penetrações de pequeno alcance, como as coletâneas do Jacob do Bandolim lançadas nos EUA e o grammy latino para o Paulo Moura, e até algumas que não agradaram o paladar estrangeiro, como o disco "Bach in Brazil". O triste é ninguém do Brasil ter investido antes no potencial do choro como música de exportação. Deve ser mais fácil exportar bundas.

Antonônio Adolfo e a Brazuca (1970)

Recebi um email de uma amiga com o título "não se canta hoje como outrora". Havia uma música em anexo, fui ouvir, claro. Tratava-se da canção "Tributo a Victor Manga" cantada por Antonio Adolfo e a Brazuca, putaqueopariu, sem saber quem era Vitor Manga nem Antonio Adolfo fiquei emocionado e concordei com o título do email.

Percebi de cara que eram versos para um amigo que havia partido, mas, a autenticidade da emoção com que a música segue seu tempo é realmente coisa rara em dias de mesmismos. Os gritos são de um amigo inconformado, a letra de poeta e os arranjos de músico competente. De quebra baixei o LP inteiro e adorei o som, recheado de músicas que estavam muito a frente do ano de 1970, ano de lançamento do LP.

A canção "Tributo a Victor Manga" foi composta na madrugada que se seguiu ao acidente que vitimou Victor Manga, baterista do "A Brazuca", em 13 de agosto de 1970, e se constitui numa apologia a amizade, a saudade, ao terrível sentimento de perda de um amigo. Entre versos declamados e gritos lancinantes, os componentes do grupo expressam toda sua dor pela perda inesperada do amigo, num verdadeiro réquiem dos tempos modernos.

"Loki" tem pré-estreia nesta quinta-feira

A Folha e o Cine Bombril promovem nesta quinta-feira (18), às 20h, a pré-estreia do documentário "Loki", sobre a vida do ex-Mutantes, Arnaldo Baptista.

Após a sessão, haverá debate com o músico e o diretor do filme, Paulo Henrique Fontenelle. As senhas podem ser retiradas na bilheteria (Conjunto Nacional, av. Paulista, 2.073, tel. 0/xx/11/3285-3696), às 19h.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Lula Queiroga - Tem juízo mas não usa (2009)


Lula Queiroga despontou no mercado fonográfico em 1983 com Baque Solto, um álbum dividido com seu conterrâneo Lenine, alma gêmea artística do compositor pernambucano. Nada aconteceu de imediato.

Mas, a partir de 1997, Lenine engatou carreira solo que lhe deu projeção, inclusive além das fronteiras brasileiras. Queiroga continuou à margem, na terra natal, embora seu terceiro CD solo, Tem Juízo mas Não Usa, confirme o que os anteriores Aboiando a Vaca Mecânica (2001) e Azul Invisível Vermelho Cruel (2004) já haviam sinalizado: o som do artista atingiu ponto de maturação que nada deve à obra de Lenine. Como seu irmão artístico, Queiroga se conecta ao mundo a partir de Pernambuco.

Programações eletrônicas (pilotadas por Yuri Queiroga, sobrinho de Lula) interagem com sons orgânicos em vigoroso mix de sabor contemporâneo. Tem Juízo mas Não Usa capta inquietudes, urgências. São múltiplas as referências que saltam aos ouvidos neste CD de alta voltagem. A faixa-título - Tem Juízo mas Não Usa, parceria de Queiroga com Pedro Luís, cantada por Lenine - dialoga com o samba carioca. Geusa agrega a poesia derramada de Lirinha (do Cordel do Fogo Encantado), a voz de Silvério Pessoa (egresso do Cascabulho) e a bateria de Pupillo (habitante da Nação Zumbi). Fulana é balada de múltiplos sotaques formatada sob os cânones da globalização. Contudo, a música de Queiroga não tem sua força diluída por conceitos. Temas como Você Não Disse, Meus Pés (com a voz de Alceu Valença, menos elétrica do que de costume) e, sobretudo, Altos e Baixos (outra faixa da qual participa Lenine) têm potencial para fazer sucesso. Já passa da hora de o Brasil fazer uso do juízo e descobrir o belo som globalizante de Lula Queiroga.
(Mauro Ferreira)

(baixar tem juizo mas não usa - lula queiroga)

Lula queiroga lança seu novo disco em São Paulo quinta-feira agora, no Sesc Pompéia. Só perde essa quem quer. Ingressos a 16 reais (inteira), 8 reais (meia) e 4 reais (usuários do Sesc). Mais informações, clique aqui.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Eu Agradeço - Roberto Wolvie

A Jorge Ben por mostrar a poesia da vida.
A Gil por ser amigo íntimo das palavras
E a Guimarães por libertá-las.
Eu agradeço a Cartola por colocar o mundo na caixa de fósforo,
A Chico por ser seu confidente
E a Clarice por ela ser tão mulher.

A Simão, Pedro, Paulo, Judas, Tiagos, Mateus, João, André, Tadeu, Felipe e Bartolomeu por serem os primeiros a acreditar no amigo.
Por ser maior que as regras da vida, a Silvio.
Por resistir a cada golpe do pessimismo, a Ali.
Por carregar o mundo nas costas, ao homem da carroça.
Agradeço de todo o coração ao cachorro na estrada no Chile
Ao chinês que parou a máquina
E também a quem não perdeu a ternura.

Eu agradeço ao primeiro louco e ao último são.
Eu agradeço aos piscianos por serem puros
E agradeço aos puros por não dependerem de religião.

A Luiz Inacio por ter tido a coragem.
A Christopher por ter voado de verdade,
E ao Dalai, por ser.
Eu agradeço ao pai pela gentileza e pela força
E à mãe pela decisão e pelo sacrificar.

Agradeço aos que leem, aos que ouvem e aos que querem comentar.
E agradeço quem se aproxima , pelo tempo que for, e faz parte da minha vida.

(e eu agradeço por ter amigos que escrevem bem pra caralho, clique para ir no blog do Roberto)


Wilson Simonal - Discografia e História

Wilson Simonal de Castro nasceu no Rio, em 1939. Ao servir o exército começou a cantar nas festas do regimento. Depois da baixa das forças armadas começou a cantar em shows, principalmente rocks e calipsos, cantados em inglês. Por volta de 1961 foi descoberto pelo produtor e compositor Carlos Imperial e aí começa sua carreira profissional. Em 1963 é lançado pela Odeon o LP "Wilson Simonal tem algo mais", com arranjos do veterano Lyrio Panicali. Esse disco contava com sucessos da bossa nova como "Telefone" e "Menina flor". "Amanhecendo", de Roberto Menescal e Lula Freire, que tinha uma gravação bem sucedida com "Os Cariocas", recebeu aqui um tratamento suingado, jazzístico, com um resultado impressionante. Não havia dúvidas, estava ali um potencial grande cantor.

(baixar wilson simonal - tem algo mais)

O LP seguinte, o segundo da fase bossa nova, foi "A nova dimensão do samba", de 1964. Arranjos de Panicali e do novato Eumir Deodato. Esse abria com "Nanã", do genial Moacir Santos. Contava com "Só saudade" e "Inútil paisagem", de Tom, "Rapaz de bem", de Johnny Alf, entre outros. Acho que a faixa mais impactante era "Nanã". Este disco confirmava o grande cantor. Simonal começava a ganhar a fama de melhor cantor da bossa nova, aproveitando-se da reclusão do papa João Gilberto, que raramente cantava.

(baixar wilson simonal - a nova dimensão do samba)

O terceiro LP foi "Wilson Simonal", lançado em março de 65, menos de um ano depois do anterior, fato raro no Brasil. Novamente arranjos de Lyrio Panicali e Deodato. Para mim a faixa impactante foi "Chuva", de Durval Ferreira e Pedro Camargo. Tinha ainda algumas músicas de Ary Barroso, outras de Carlos Lyra, Tom Jobim, e "Rio do meu amor", de Billy Blanco, que Simonal defendeu num festival da época. E tinha, para choque dos fãs da bossa nova, uma canção que estava mais para rock do que para MPB, "Juca bobão". Era o prenúncio da queda.

(baixar wilson simonal - wilson simonal)

Deixando de lado tantos detalhes, Simonal gravou algum tempo depois disto uma canção chamada "Mamãe passou açúcar em mim". A letra dizia mais ou menos assim: "Eu era neném, não tinha talco, mamãe passou açúcar ni mim". A idéia é que o narrador tinha ficado tão doce que as mulheres, a vida inteira, corriam atrás dele. Um besteirol total, como letra e como melodia. Pois foi essa canção que levou o cantor para a popularidade com o grande público, fazendo com que chegasse a rivalizar com Roberto Carlos na preferência do público. Tinha nascido a pilantragem, nome que ele deu a esse estilo iniciado com "Juca bobão" e consagrado com "Mamãe passou açúcar…".

Os amantes da música de boa qualidade ficaram chocados com esse barateamento de um talento e se afastaram de Simonal. Mas talentoso ele continuou. Em 1970, ele fez dueto com Sarah Vaughan, transmitido pela TV Tupi. Em duas canções, "Oh happy days" e "The shadow of your smile", o jovem cantor de 30 anos dialoga com uma das rainhas do jazz, de 45, de igual para igual, improvisando, variando, e sendo tratado por ela absolutamente como um igual. É de vera impressionante. (vale a pena ver)



De repente Simonal sumiu. Parou de fazer shows, não gravou mais. Aos poucos os fatos se espalharam pelo Rio: Simonal seria dedo-duro do DOPS — o famigerado Departamento da Ordem Política e Social, para onde eram levados os presos políticos. Qualquer músico que tocasse com ele iria para uma lista negra e não tocaria mais. O cantor precisava no mínimo de um pianista, de preferência um baixista e um baterista também. SIMONAL NUNCA MAIS CANTOU. Sobreviveu mais de vinte anos sem poder cantar, até morrer de cirrose causada por alcoolismo.

Não vi esse novo documentário, mas li tudo que achei nos jornais sobre ele. Eis os fatos reais, de acordo com o relato de diferentes pessoas: Simonal achava que seu contador o estava roubando, e contratou dois meganhas para dar uma surra no mesmo. O surrado deu queixa na polícia e o cantor foi processado e condenado — entendo que não foi preso por ser criminoso primário. A história se espalhou e muita gente do meio musical cobrou de Simonal por que ele teria mandado dar a surra.

Acontece que os meganhas contratados por ele eram do DOPS, tinham feito um bico no horário de folga. Simonal, que tinha um lado infantil e mentiroso, passou a espalhar: "Ninguém mexa comigo porque eu tenho amigos no DOPS". Essa mentira, somada ao fato de que o cantor era visto como favorável ao governo militar, fez com que alguma misteriosa entidade dona da verdade "politicamente correta" decretasse o banimento dele. Ninguém sabe, ninguém viu, quem era essa misteriosa pessoa, ou grupo de pessoas, que teve esse poder monstruoso: decretar a morte profissional de um grande artista. Mas a Cabana do Pai revive Simonal e coloca vários sons dele aqui pra quem quiser se aventurar nessa "pilantragem". Salve Simonal!!!!



segunda-feira, 11 de maio de 2009

CéU - Cangote EP (2009)

Como a CéU já entendeu que na internet o importante é compartilhar, sem vaidades ou pretensões, ela disponibilizou na rede o EP Cangote, uma amostra de quatro músicas do que vem por aí em seu novo álbum. Ela chega com uma nova sonoridade, com menos colagens e arranjos mas limpos.

As influências da moça estão todas lá, de Fela Kuti e Bob Marley passando pelo rock, hip-hop, dub e música brasileira. Algumas faixas afirmam o dub como verve do EP, o som envolve pelas batidas da bateria e as linhas arrojadas do baixo. Gostei de encontrar algumas canções já conhecidas, até então tocadas somente nos shows. Que venha o álbum...

Roberto Ribeiro - Arrasta Povo (1976)

Roberto Ribeiro além de compositor foi um dos maiores intérpretes de samba que o Brasil conheceu. Seu canto grave, era melodioso, mais sem firulas. De voz bem timbrada e enxuto fraseado, seu repertório incluía sambas de todos os tipos, afoxés, ijexás, maracatus e outros ritmos africanos, escutando o som com atenção sente-se facilmente que o cara era batuqueiro. Roberto exibia uma versatilidade espantosa. Construiu uma respeitável carreira de intérprete e compositor desde a segunda metade da década de 1960. Tem mais de 20 discos gravados, com sucessos populares como as canções "Acreditar", "Estrela de Madureira", "Todo Menino É um Rei", "Malandros Maneiros", "Fala Brasil" e "Amor de Verdade".

Desses mais de 20 discos lançados, praticamente todos se encontram fora de catálogo, um descaso lamentável para os amantes do bom samba e da cultura brasileira. A Cabana desenterra Arrasta Povo, um álbum de 1976, destaques para as faixas: Muda Rue (um saravá pesado), Glórias e Graças da Bahia (uma ode a todos os santos) e Meu Pranto Continua (um lindo desabafo de um sambista).

terça-feira, 5 de maio de 2009

Bill Ravi Harris & The Prophets - Funky Sitar Man

Dica do Rafik, esse cara tira vários clássicos do funk na cítara. Fica bom pra caralho!!! Achei bem diferente, o som não perde em vigor e os solos ganham destaque. Bem legal!!!


quinta-feira, 23 de abril de 2009

Lenine - Labiata (2008)


Apaixonado confesso pelas orquídeas, o cantor e compositor Lenine escolheu uma das mais famosas espécies da planta para batizar seu novo álbum, “Labiata”, o oitavo da carreira do artista e que já está nas lojas em CD e vinil.

“Labiata” reúne 11 faixas inéditas, sendo duas composições e nove músicas feitas em conjunto com Arnaldo Antunes, Dudu Falcão, Paulo César Pinheiro, Bráulio Tavares, Lula Queiroga, Ivan Santos e Carlos Rennó. Entre as parceiras deste disco, uma se destaca. Lenine divide a autoria de “Samba e leveza” com Chico Science, ex-vocalista do Nação Zumbi, morto em 1997.

Cris Aflalo


Quatro anos depois de lançar o seu primeiro e elogiado cd, Só Xerêm, Cris Aflalo reaparece no cenário musical com seu novo disco Quase Tudo Dá. Produzido a quatro mãos, por Luiz Waack e pela própria cantora, esse novo trabalho vem mostrar a Cris Aflalo no seu tempo, com todas as suas influências, mas sem jamais perder a alegria e a brejeirice que existe em "Só Xerêm".
Orgânico e sem modismos, o swingado cd traz releituras de composições de Arnaldo Antunes, Carlos Careqa, Lula Queiroga, Gilberto Gil e Caetano Veloso, entre outros, e ainda marca a estréia de Cris como compositora.

terça-feira, 14 de abril de 2009

terça-feira, 24 de março de 2009

Brasil em uma animação da Disney

Pato Donald conhecendo o Zé Carioca, o Rio de Janeiro, a Cachaça e o Samba. Tudo ao som de Ary Barroso e Zequinha de Abreu (valeu a dica Pri).

segunda-feira, 23 de março de 2009

Thays Leonel

Alguns trampos de uma figura querida que conheci em Londres e reencontro em várias esquinas da Paulicéia, belo trampo Tha!!!






Toco - Outro Lugar

O paulistano Tomaz Di Cunto, mais conhecido como Toco, mostra sua qualidade e bom gosto neste que é o segundo disco de sua carreira. Aqui, aflora uma Bossa Nova em seus mais puros arranjos e acordes, distante da característica atual de se acoplar elementos eletrônicos para reler o gênero. A faixa Outro Lugar é o grande cartão de visitas desse disco, que prima por uma batida recheada de suavidade e melodias afirmativas da boa MPB.

O disco traz a participação do consagrado músico Roberto Menescal, um dos ícones bossanovistas clássicos. Outro nome que abrilhanta o trabalho de Toco é o de Rosalia de Souza (já comentada aqui na Quinta Leva), fazendo um dueto preciso na faixa Bom Motivo. Um belo arranjo passeia por entre Samba Noir, canção que junta batuques, violoncelo e um cortante trompete. Sem dúvida alguma, Toco afina o coro da boa música brasileira, num álbum que revela pesquisa musical e um preciso equilíbrio entre o clássico e o moderno (valeu a dica Michele).


terça-feira, 17 de março de 2009

Papo Macaco - Davi Moraes


Atendendo à pedidos: "Aos 11 anos, o guitarrista Davi Moraes foi ovacionado no palco do Rock in Rio quando tocou, ao lado do pai, Moraes Moreira, uma irretocável versão do choro Brasileirinho. Era apenas uma amostra do talento que ficaria evidente anos mais tarde. Considerado um virtuose da guitarra, ao longo de sua carreira ele se apresentou com os maiores artistas do país. Recentemente, lançou dois CDs, virou compositor, além de arriscar uma incursão ao mundo da produção musical. Em geral, sua mescla de reggae, rock e afoxé em formato pop recebeu boas críticas e há tempos ele consegue reunir uma platéia cativa em seus shows."

quarta-feira, 11 de março de 2009

segunda-feira, 9 de março de 2009

Music Minas

Music Minas é um projeto interessante que tem por objetivo aproximar músicos mineiros de prestadores de serviços e promotores da música em todo o mundo. Saiba mais (clique aqui)

sexta-feira, 6 de março de 2009

Junio Barreto - EP

Esse EP é o mais novo trabalho do cantor pernambucano Junio Barreto, lançado em 2008 para distribuição em shows. São três músicas inéditas: A Quem Glória Possa Ser, Colarzinho de Pedra Azul, Bonita de Pedra e Céu. É um trabalho mais delicado e constante do que seu primeiro disco.

Luis Bonfá - Jacaranda (1973)

O clássico Jacarandá gravado em 1973, do virtuoso Luis Bonfá (17 de outubro de 1922 — 12 de janeiro de 2001), é uma obra-prima do jazz-groove brazuca. Gravado em Los Angeles, o disco conta com nada menos do que arranjos e piano de Eumir Deodato, baixo de Stanley Clarke, batera de Idris Muhammad, percussão de Airto Moreira e congas de Ray Barreto. É uma sonzêra daquelas que faz o tímpano sorrir. Disco de gala do jazz-groove. Baixe esse som imediatamente. Trata-se de um clássico.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Os Ipanemas (1964)

Liderado por Astor Silva, Os Ipanemas foi uma banda que misturava bossa nova com música africana e samba. Esse foi o único LP que o quinteto gravou em 1964. No mesmo ano saiu um EP com apenas 4 faixas. Se liga na formação do quinteto: Astor silva no trombone, Marinho no baixo, Wilson das Neves na batera, Rubens Bassini na percussão e Neco nas guitarras. Tá esperando o que pra baixar essa som?

Lua de Morais - Lua (2008)


Lua Morais é de Brasília, mora em Santiago, mas foi em Florianópolis que começou de forma totalmente despretensiosa sua carreira como cantora, se apresentando em bares e casas noturnas da cidade, muitas vezes acompanhada apenas de seu violão. Em 2005, sob o suporte de sua empresária Biba Berjeaut (ôLôko Records) que Lua seguiu para Salvador onde foi concebido seu homônimo disco de estréia.

Com ênfase nos grandiosos arranjos vocais - quase todos executados pela própria Lua - e na percussão marcante e expressiva, o disco segue uma linhagem diferenciada dentro do que hoje em dia é chamado de MPB. Pensando numa concepção autêntica para um trabalho de intérprete, o renomado produtor Alê Siqueira (Marisa Monte, Tom Zé, Tribalistas, Elza Soares entre outros) procurou convidar instrumentistas que tinham envolvimento direto com os compositores das músicas selecionadas para o repertório do disco, criando assim uma unidade que extrapolava a simples coerência entre sonoridade das canções. O resultado é surpreendente e cativante, como a própria Lua; uma mistura de sotaques, de Porto Alegre ao Acre.

O trabalho é totalmente independente, tanto em conceito e desenvolvimento quanto na finalização e distribuição. Isso faz do disco uma obra ímpar no Brasil. Mais um bom motivo para ouvir o álbum de estréia da cantora Lua.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Jorge Mautner - Revirão


Filho de judeus refugiados no Brasil, Jorge Mautner nasceu no Rio de Janeiro em 1941. Como sua mãe sofria de uma paralisia, Jorge foi criado por uma babá e com ela teve seu primeiro contato com os batuques do candomblé.

Rotulado com uma figura “maldita” da arte brasileira e apelidado de “poeta do caos”, Mautner aprendeu a tocar violão com o padrasto e teve oportunidade de conviver em meio a grandes artistas da Rádio Nacional como Nelson Gonçalves, Jorge Veiga, Elizeth Cardoso, entre outros. Aos 18 anos, teve pela primeira vez um texto seu publicado em uma revista.

Cantor, compositor, escritor, poeta, cineasta, ator e artista plástico, Mautner alterna períodos literários e musicais, buscando sempre a inovação em suas produções. Em Revirão, sua mais recente obra musical, Jorge Mautner envelhece com dignidade e sabedoria e esta obra acompanha esta evolução. Vemos Jorge com um olhar aguçado para as coisas do cotidiano. A poesia cortante continua lá, só que agora mais reflexiva. Vida longa ao poeta!!!

Akira Kurosawa - Dreams (1990)


Para Freud, os sonhos expressam a realização de desejos inconscientes. Para Jung, os sonhos não apenas revelam desejos reprimidos, mas também são uma ferramenta da psiquê para buscar equilíbrio por meio de compensação. No entanto, consideradas as diferenças, os dois autores concordam num ponto: os sonhos são a estrada através da qual o conhecimento do inconsciente se torna possível.

Seja qual for a metodologia, nada seria mais proveitoso do que a pura entrega ao espetáculo do sonho, reino de imagens poéticas e sons cuja mensagem sempre se mostra misteriosa e cativante. Assim são os sonhos apresentados em "Dreams" de Akira Kurosawa. O filme, baseado em sonhos verdadeiros do diretor japonês, é constituído de oito sonhos independentes. A coesão dos vários sonhos é a experiência de seu personagem principal, desde a infância até a fase adulta e os desafios que cada fase encerra.

Sonho 1 - Brilho do sol através da chuva
Sonho 2 - O pomar do pessêgo
Sonho 3 - A tempestade de neve
Sonho 4 - O túnel
Sonho 5 - Corvos
Sonho 6 - O monte Fuji em vermelho
Sonho 7 - O demônio chorão
Sonho 8 - A aldeia do moinho de água

Ivy


Uma banda Novayorquina composta por Adam Schlesinger, Dominique Durand e Andy Chase. Ivy foi formado em 1994, quando os multi-instrumentistas Andy Chase e Adam Schlesinger convenceram a francesa Dominique Durand, (que nunca havia cantado antes) a gravar uma cassete com quatro músicas deles. Ainda bem que ela aceitou.

Ivy adoça o ouvido com suas melodias pop, enfeitada com delicados arranjos, eles trazem um som que varia da sofisticação e elegância ao pop eletrônico, ao mesmo tempo efervescente e refinado, tudo temperado pela voz delicada e evocativa de Dominique. Um bom exemplo do que deveria ser o pop no século XXI.