terça-feira, 18 de março de 2008

Sivuca Sinfônico


Severino Dias de Oliveira nasceu em 26 de maio de 1930, filho de uma família de agricultores em Itabaiana, pequeno município da Paraíba. O músico começou a carreira aos 9 anos, quando passou a se apresentar com diferentes grupos em festas de família e casamentos.

Aos 15 anos, mudou-se para Recife. Lá, foi contratado por uma rádio para produzir e promover programas, após ter se destacado em um concurso de caça-talentos com suas primeiras músicas.
No Recife, recebeu suas primeiras noções de teoria musical graças à ajuda do tocador de clarinete Lourival de Oliveira, músico da orquestra sinfônica local.

De lá pra cá foram muitas notas, muitas festas e muitos públicos. Sivuca conquistou o mundo. Morou na França, nos EUA e fez turnês na África e Ásia. Com fama consolidada no exterior, voltou ao Brasil em 1975, onde se consagrou com o disco "Sivuca e Rosinha de Valença".

Uma das obras mais lindas desse mestre foi uma de suas últimas gravações. Sivuca Sinfônico, onde o arranjador e acordeonista, à frente da Orquestra Sinfônica de Recife, sob a regência do maestro Osman Giuseppe Gioia, apresenta sete faixas que expressam fielmente o elo da música erudita com a música nordestina. Incrível perceber a naturalidade com que Sivuca coloca sua alma no ambiente das salas de concerto com a mesma espontaneidade com que a perpetuou nos pés-de-serra e nas feiras de mangaio espalhadas pelas diversas regiões do país.

Da Rapsódia Gonzaguiana, abrindo os trabalhos somente com temas do Rei do Baião – Juazeiro, Boiadeiro, Assum preto, A volta da Asa Branca – até o “Concerto Sinfônico para Asa Branca”, que encerra o disco, Sivuca explicita sua dedicação filial à obra e à influência de Luiz Gonzaga.

O instrumentista, definido pela escritora Nélida Piñon como um ser ambíguo, senhor de múltiplas naturezas, interpreta o intrincado Moto Perpétuo, de Paganini, com a igual legitimidade com que revisita um choro do virtuoso bandolinista Luperce Miranda – “Quando me lembro” – e criações de sua própria lavra, como a semi-erudita Aquariana ou as popularíssimas João e Maria (valsa dele e de Chico Buarque) e Feira de Mangaio, parceria com sua Glorinha Gadelha.


Um comentário:

Anônimo disse...

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