quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Apollo Nove - Res Inexplicata Volans (2006)

Como descrever alguém tão eclético quanto Apollo Nove? Um tropicalista dos tempos modernos, no melhor estilo Mutantes. Cantor, compositor, pianista, colecionador (e usuário convicto) de mais de sessenta sintetizadores, teclados e efeitos dos anos 60, 70 e 80. Candidato mais cotado para o trono de "Jovem Produtor Mais Inovador do Brasil" (vaga muito disputada desde a morte do genial Suba). Um excêntrico que consegue citar de uma tacada só Stockhausen, música havaiana, o mago dos sintetizadores dos anos 70 Walter Carlos e a trilha sonora de "Sem Destino" (Easy Rider) entre as suas maiores influências.

Depois de produzir álbuns seminais para artistas como Otto e Cibelle, e de tocar com a Nação Zumbi, Seu Jorge e o Planet Hemp de Marcelo D2, Apollo Nove lança agora um fascinante álbum de estréia, intitulado Res Inexplicata Volans. São doze faixas melodiosas e profundas, capazes de criar diferentes atmosferas que passeiam pelo rock psicodélico, o folk alucinógeno e o lado mais sinistro do eletrônico... Sim, confesso, um som bem difícil de enquadrar em uma categoria.

Para acrescentar ainda mais nuances à sua sonoridade, Apollo contou com a ajuda de vários músicos, incluindo três veteranos - o guitarrista Lanny Gordin (que tocou em vários álbuns históricos da Tropicália), o baterista João Parahyba (do Trio Mocotó, também conhecido pelo trabalho com Suba) e o tecladista Juarez Santana (cujo órgão Hammond figurou em várias gravações brasileiras dos anos 70) - que dão ao álbum uma definitiva sensação de banda "ao vivo", e também formam a base do grupo que acompanha Apollo Nove nos shows.

Participações mais que especiais de vocalistas conceituados da nova geração como Cibelle, Seu Jorge, Tita Lima (filha do baixista dos Mutantes, Liminha), Holly (norte-americana expatriada, filha de um pregador), Fred 04 (líder do Mundo Livre S/A) e Céu complementam o singular vocal de Apollo. Por último, mas não menos importante, o álbum foi gravado em São Paulo por Apollo em seu próprio estúdio (Ludwig Van), e primorosamente mixado em Paris pelo engenheiro de som do Air, Yann Arnaud.

4 comentários:

Anônimo disse...

Apollo Nove é mais um som que conheci através desse blog. Muito obrigada e continue sempre trazendo novidades...

bjs

Anônimo disse...

Uma bela de uma porcaria.

paitomas disse...

e viva a liberdade de expressão!!! rsrsr

Raffa disse...

link quebrado