quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Naná Vasconcelos


Naná Vasconcelos é um artista impressionante, que faz de sua arte um instrumento de alegria e respeito. Quando se pensa em Naná Vasconcelos, vem som. Uma figura brasileira que passou uma boa parte desses últimos 30 anos em Nova York, mas que não mudou seu figurino para um Armani, para melhor representar a nata da música instrumental brasileira. Afinal, o percussionista pernambucano nascido em 1944 certamente ainda preserva a cor pastel de suas lembranças de infância, quando tocava com o pai em uma bandinha marcial em Recife.

Naná pertence áquele interminável grupo de talentosos percussionistas brasileiros que mudaram a direção e o som do jazz brasileiro na fase pós-bossa nova da década de setenta. Ele e seu virtuoso berimbau conseguiram encaixar no jazz mérticas posuco usuais neste estilo, mas que são freqüentemente utilizadas no nordeste brasileiro.

Hoje vemos Naná uma figura mundial, que ultrapassou a mera barreira da percussão. É um criador que já foi eleito sete vezes Melhor Percussionista do Mundo pela revista americana Down Beat. E grande parte desse feito foi conseguido graças a sua projeção no exterior, que sempre soube reconhecer o talento acima das vertentes comerciais da música. E convenhamos, o som de Naná não é nada comercial, às vezes beira o experimentalismo.

Naná Vasconcelos faz, a despeito de exigências de mercado ou qualquer outro tipo de empecilho, um trabalho impecável, digno da obra de um alquimista genuinamente pernambucano, fundamentalmente nordestino e absolutamente brasileiro.

Salve Naná Vasconcelos, salve Recife, Salve salve a boa música brasileira!!!!!

"Minha Lôa" é um paralelo entre a eletrônica e o orgânico, por vezes complicando aos ouvidos dos mais céticos:
(baixar disco)


Contaminação é um disco alegre, que Naná lançou em 1999:

(baixar disco)


"Chegada" foi lançado em 2005 com participação de músicos incríveis, traz no repertório inéditas composições e uma versão de O Canto do Cisne Negro de Villa-Lobos:

(baixar som)


Pra terminar, um dos discos que mais refletem, de forma bem crua, o trabalho de Naná. Gravado em 1979 "Saudade" é um clássico, um verdadeiro concerto de berimbau e orquestra:

(baixar o som)

E não se esqueça de visitar o post que eu fiz sobre a parceria entre Naná Vasconcelos e Itamar Assumpção.

Um comentário:

Anônimo disse...

tem mais algum do naná? Adorei. Bjs