terça-feira, 1 de julho de 2008

Bocato - Cacique Cantareira

Itacyr Bocato Jr. nasceu em S. Bernardo, no bairro Baeta Neves, há 47 anos. Aprendeu um pouco de violão em casa, mas a sonoridade dos metais o atraiu para a bandinha da escola estadual, com 7 anos incompletos. Após um semestre de teoria, se apresentou ao maestro Irineu querendo tocar trompete ou sax. Como não havia instrumentos disponíveis, teria de esperar mais seis meses “estudando teoria”. Pra sair tocando na banda, como ele diz, “trombou” com o trombone.

Nos anos 60, rara era a escola que não tinha a sua bandinha ou fanfarra. Bocato conviveu com grandes músicos de S. Bernardo que saltaram dos campeonatos escolares para o profissionalismo. Ele vai lembrando: “Nonô Camargo, Bangla, François, Gil trompete...”. Uma geração de feras, que marca forte presença até hoje em nossos palcos e estúdios.

Esta turma explodiu acompanhando Arrigo Barnabé, no histórico festival universitário da TV Cultura, em 1979. A quebradeira que eles promoviam no palco chamou a atenção do meio musical, e Bocato foi convidado para tocar com Elis Regina, no show Saudades do Brasil em 1980. Daí pra frente, virou estrela do primeiro time: tocou na banda de Roberto Carlos, acompanhou vários astros da MPB, participou de orquestras e big bands. Grava constantemente com a nova geração, como Maria Rita, Simoninha, Ná Ozzetti, Zé Miguel Wisnick, Gal Costa, Zeca Baleiro, Nação Zumbi, Jairzinho e outros

Mas Bocato é um experimentador, formado em composição e regência, e sempre desenvolveu o trabalho instrumental, solista ou em grupo. Gravou discos no Brasil e no exterior, aperfeiçoando sua visão pessoal de música brasileira com improvisos jazzísticos.

Seu último trabalho autoral é “Cacique Cantareira”(valeu a dica Rafik!!!), onde desfia com sua banda um repertório inédito de alta octanagem.

Dominando todas as vertentes da música popular contemporânea, o homem não esgota seu estoque de surpresas. Como ele mesmo diz, no subtítulo do último CD: “Quebre tudo, mas toque certo!”

Hoje Bocato mora novamente em S. Bernardo, no mesmo bairro onde nasceu, e comemora quatro décadas de casamento com o trombone. Uma união que começou sem querer, e acabou virando paixão eterna.

3 comentários:

Anônimo disse...

Salve Bocato e a Cabana do Pai.
Ô saudade das "balada" de Sampa, viu!?
Abraço.

paitomas disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
paitomas disse...

a cabana ta sempre aberta e sampa nunca deixa nois na mão, cumpadi.