segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Doces Cariocas


O CD coletivo Doces cariocas junta uma turma interessada em fazer música e explorar estéticas e idéias. Lançado pelo selo-cooperativa Abacateiro, soma nomes emergentes e interessantes em músicas com roupagens simples do dia-a-dia. A idéia é trazer para o CD um sarau do grupo. Funciona e vai além.

Sem grandes pretensões o CD faz ótimo vôo. É simples sem ser simplista, ao mesmo tempo agradável e instigante. Uma música que flerta com as tradições, mas inclui elementos novos e uma boa dose de felicidade celebrando o prazer de estar junto. O encontro junta a turma da música e o who is who traz os nomes de Pierre Aderne, Alexia Bomtempo,Marcelo Costa Santos, Os Lancelotti Domenico e Alvinho, Simoninha, Luis Carlinhos, Rogê, Silvia Machete, Ingrid Vieira, além dos instrumentistas Felipe Pinaud, Dadi, Mauro Refosco, Rafa Nunes, Lancaster e Pretinho da Serrinha.
Netos da Tropicália, filhos do B-Rock. Esse grupo de artistas cresceu em um ambiente de misturas musicais. E traz isso para as últimas conseqüências. No disco os Beatles encontram Luiz Gonzaga em Blackbird e Asa Branca. Em tempos de e-mails e scraps, na poesia a ave ainda pode trazer uma carta de amor no bico. Lucy no céu do sertão, a Ilha do Norte procurando um sol pra se esquentar. Outra fábula urbana, O canário e o curió mostra o eterno bom malandro carioca, fazendo hora extra na boemia. "É só deixar a porta da gaiola aberta / Que o teu canário com certeza vai voltar".

O disco é delicado, como prova a doce voz de Alexia Bomtempo na singela Chuvisco. O clima intimista de sarau é carregado nos violões, vocais e percussões. Despido de grandes pretensões, o grupo mostra que ser moderno não é encher a música de brinquedos eletrônicos. Doces cariocas é um delicioso movimento que não quer sair do lugar. Um cantinho, uma seresta; um grupo de amigos, uns violões; festas íntimas agora abertas para o público. (fonte: Ziriguidum).


Um comentário:

Anônimo disse...

gostei