quarta-feira, 17 de junho de 2009

Antonônio Adolfo e a Brazuca (1970)

Recebi um email de uma amiga com o título "não se canta hoje como outrora". Havia uma música em anexo, fui ouvir, claro. Tratava-se da canção "Tributo a Victor Manga" cantada por Antonio Adolfo e a Brazuca, putaqueopariu, sem saber quem era Vitor Manga nem Antonio Adolfo fiquei emocionado e concordei com o título do email.

Percebi de cara que eram versos para um amigo que havia partido, mas, a autenticidade da emoção com que a música segue seu tempo é realmente coisa rara em dias de mesmismos. Os gritos são de um amigo inconformado, a letra de poeta e os arranjos de músico competente. De quebra baixei o LP inteiro e adorei o som, recheado de músicas que estavam muito a frente do ano de 1970, ano de lançamento do LP.

A canção "Tributo a Victor Manga" foi composta na madrugada que se seguiu ao acidente que vitimou Victor Manga, baterista do "A Brazuca", em 13 de agosto de 1970, e se constitui numa apologia a amizade, a saudade, ao terrível sentimento de perda de um amigo. Entre versos declamados e gritos lancinantes, os componentes do grupo expressam toda sua dor pela perda inesperada do amigo, num verdadeiro réquiem dos tempos modernos.

3 comentários:

Anônimo disse...
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fred disse...

Vitor era baterista da banda Brazuca e amigão de Antonio Adolfo, sua morte foi trágica. Segue a letra da música. Bonita homenagem Cabana


Tributo a Victor Manga (Brazuca)

Agora
Mais dinstante
Ainda perto
Por aqui e por ali
No areal, no deserto, no Padre Nosso
No nosso dia, na rodovia, a velocidade
Todavia, no rosto, o riso, a saudade
No novo som, no mesmo tom, em qualquer solo
No sustenido, no bemol
Por aqui e por ali.

Você!
No LP
Imagem de VT, sempre você, em tudo, em tudo que se vê
Sempre, você, você!
Oh Victor!
O sol te estilha sobre o eixo da manhã
Anoiteceu
Você partiu, se repartiu, e viajou, e viajou!
Ah! Oh! Oh Victor!
Um pássaro ferido que não voa mais
Um barco que perdido não retorna ao cais
Um cosmonauta solto em pleno espaço grita: Paz!
E eu, eu grito, eu grito!
Oh Victor!
A vida continua nua como você viu
O mesmo porto de partida onde você partiu
E agora sua sombra em tudo que ficou
Você viveu, amou, sofreu, tocou!

Você!
Por aqui e por ali
Ao meio, em dois
E depois, sempre, sempre, sempre!
Oh! Oh bicho!
Você se foi
Amigo!
Você se foi
Não sei se digo, oi
Se, se digo, adeus.

Anônimo disse...

É realmente emocionante! Sugiro q ouçam também o primeiro disco do grupo bem como o compacto duplo lançado entre os dois albuns. abços. Levi leal