Depois do jantar, que havia sido marcado na noite anterior, Carlos Drummond de Andrade, Pedro Nava, Martins de Almeida, Emílio Moura e Mário de Andrade, seguindo uma sugestão do próprio Mário, saíram para um passeio pelas ruas da nossa capital, "entre coágulos de sombra e as maravilhas de centenares milhares de brilhos vidrilhos", nas imediações do Grande Hotel. Mário passeou pela Avenida Afonso Pena e rua da Bahia, no centro de Belo Horizonte. Dali, daqueles passos noturnos, começaria a nascer o poema Noturno de Belo Horizonte.
(Valeu pelas fotos Mi)
O NOTURNO DE BELO HORIZONTE, de Mário de Andrade
Maravilha de milhares de brilhos e vidrilhos,
Calma do noturno de Belo Horizonte...
O silêncio fresco desfolha das árvores
E orvalha o jardim só.
Larguezas.
Enormes coágulos de sombra.
(...)
Um grande Ah! ... aberto e pesado de espanto.
Varre Minas Gerais por toda a parte...
Um silêncio repleto de silêncio
Nas invernadas, nos araxás
No marasmo das cidades paradas...
Passado a fuxicar as almas,
Fantasmas de altares, de naves douradas
E dos palácios de Mariana e Vila Rica...
Isto é Ouro Preto
E o nome lindo de São José d'El Rei mudado num odontológico Tiradentes...
Respeitemos os mártires (...)
terça-feira, 3 de abril de 2007
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2 comentários:
Que saudade daquele marasmo...
=)
eu adoro essa cidade...
por que será??? rs
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